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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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diatos “faze<strong>do</strong>res” de história. Do mesmo mo<strong>do</strong>, determina<strong>do</strong>s<br />

grupos sociais terão si<strong>do</strong> mais afeta<strong>do</strong>s, ou gravemente afeta<strong>do</strong>s,<br />

mas, pelo que atrás descrevemos, não se pode dizer que a<br />

guerra tivesse posto em causa o ritmo comercial, ou mesmo <strong>da</strong><br />

produção agrícola portuguesas, de mo<strong>do</strong> a não permitir a evolução<br />

<strong>da</strong> sua economia, pelo menos até 1810.<br />

Efeitos culturais <strong>da</strong>s invasões<br />

No imaginário português, as invasões francesas não deixaram<br />

muito lastro. Foram, sim, símbolo de bravura para defesa<br />

<strong>da</strong> pátria, sem mais comentários que as dramatizem 90 . Geralmente,<br />

são evidencia<strong>da</strong>s ações de massacre e vingança popular,<br />

como no conto oitocentista <strong>do</strong> Conde de Ficalho “A caça<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

malhadeiro”, sobressain<strong>do</strong>, no entanto, sempre, a impie<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

ação de “revanche” contra um invasor indeseja<strong>do</strong> 91 .<br />

Como reminiscência <strong>da</strong> sua estadia em Portugal, refere Braz<br />

<strong>do</strong> Amaral: o “[...] pequeno monumento feito de pedras <strong>do</strong> próprio<br />

local, a pouca distância de Santa Comba, à margem <strong>do</strong> Rio<br />

Dão, e nas quais inscreveram (os portugueses) a vitória alcança<strong>da</strong><br />

90 Como escreve o autor oitocentista português e grande apologista <strong>do</strong> liberalismo,<br />

Silva Gayo, sobre o seu personagem Jorge Pinto (“Mário”, v. 1, Livraria<br />

Civilização Porto, 1961, p. 32-33): “Veio a primeira invasão francesa, e<br />

achou-o na Beira, altivo, in<strong>do</strong>mável, a pregar a cruza<strong>da</strong> contra o estrangeiro.<br />

Pouco depois, à testa de guerrilhas, combatia os destacamentos franceses; na<br />

vanguar<strong>da</strong> sempre temerário, inexorável aos venci<strong>do</strong>s, e à menor tibieza, ou<br />

pie<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s seus”.<br />

91 Por exemplo, a expressão usa<strong>da</strong> por Júlio Dinis (também oitocentista) em Os<br />

Fi<strong>da</strong>lgos <strong>da</strong> Casa Mourisca, “camisa de franceses”, indica algo que to<strong>do</strong>s<br />

podem “pisar” e ultrajar.<br />

206 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 165-211, 2008<br />

IGH-2.pmd 206<br />

28/11/2008, 08:36

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