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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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Evolução <strong>da</strong> talha em Portugal<br />

Desde o final <strong>do</strong> século XVI o maneirismo passa por uma<br />

evolução para formas portuguesas. Isto ocorre a partir <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des<br />

que são cria<strong>da</strong>s por um novo padrão de retábulos, denotan<strong>do</strong><br />

a visão renova<strong>do</strong>ra na arte <strong>da</strong> talha em Portugal. Entretanto,<br />

o desenvolvimento <strong>do</strong> retábulo lusitano cumpria assim um<br />

percurso inicia<strong>do</strong> desde o momento em que se delineou a talha<br />

clássica <strong>do</strong> Renascimento, em torno a 1550: seu modelo no país<br />

se originou <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de mais simples <strong>do</strong>s retábulos góticos.<br />

Até essa época a talha tinha se limita<strong>do</strong> às fórmulas góticas<br />

em retábulos que eram produzi<strong>do</strong>s por artistas e entalha<strong>do</strong>res<br />

estrangeiros, poden<strong>do</strong> ser de madeira ou de pedra. Dividiam-se<br />

esses retábulos de caráter gótico em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des. O modelo<br />

inicial, e portanto mais antigo, mostrava uma decoração<br />

radiante de talha recorta<strong>da</strong> e em composição grandiosa, servin<strong>do</strong><br />

como enquadramento para uma série variável de nichos, onde<br />

se distribuíam as imagens exprimin<strong>do</strong> variega<strong>da</strong> iconografia<br />

(SMITH, 1962; 175).<br />

Esse tipo inicial de concepção grandiosa – exemplifica<strong>do</strong> no<br />

altar-mor <strong>da</strong> Sé Velha de Coimbra – seria em breve aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>,<br />

o que torna pouco provável a vin<strong>da</strong> de algum retábulo dessa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de<br />

para a Bahia. O contrário, porém, sucedeu com o tipo<br />

que se lhe seguiu, <strong>do</strong> qual alguns exemplares terão, certamente,<br />

aporta<strong>do</strong> em nosso território, como se infere <strong>da</strong> cronologia.<br />

Na segun<strong>da</strong> fase <strong>do</strong> estilo, em Portugal, o mesmo se apresenta<br />

simplifica<strong>do</strong> em sua composição – substituin<strong>do</strong>-se os nichos<br />

por pinturas sobre tábuas, passan<strong>do</strong> assim os relevos, sempre<br />

mais requinta<strong>do</strong>s, a se contentar com uma função de mero com-<br />

32 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 25-51, 2008<br />

IGH-2.pmd 32<br />

28/11/2008, 08:36

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