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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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essa visão tão negativa 79 . Para Wellington, “[...] Portugal era a<br />

base de to<strong>da</strong>s as operações inglesas na Península [...]” 80 , assim<br />

referin<strong>do</strong> também António Pires Nunes 81 : “Tornava-se claro que,<br />

se para Wellington a principal preocupação era a situação em<br />

Espanha, e Portugal era um território de refúgio e de preparação,<br />

o inimigo eleito de Napoleão era a Inglaterra e a ocupação<br />

de Portugal um meio de a derrotar 82 ”. As preocupações militares<br />

portuguesas, contu<strong>do</strong>, não iriam além <strong>da</strong> fronteira – pelo<br />

menos <strong>da</strong> terrestre -, embora forças nacionais tivessem feito a<br />

Guerra Peninsular to<strong>da</strong> ao la<strong>do</strong> de Wellington.<br />

Essa diferença de objetivos entre Wellington e, nomea<strong>da</strong>mente,<br />

o Conselho de Regência português, mas também parte<br />

<strong>da</strong> população 83 , terá leva<strong>do</strong> a que o militar inglês tivesse de enfrentar<br />

<strong>do</strong>is tipos de constrangimentos às necessi<strong>da</strong>des financeiras<br />

<strong>da</strong> sua estratégia: uma, <strong>do</strong> próprio Governo inglês, ao qual<br />

tinha de convencer <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> Guerra Peninsular, a fim<br />

de que se dispusesse a financiá-la em termos adequa<strong>do</strong>s; outra,<br />

79 Ironicamente, a própria lógica <strong>do</strong> cotidiano, como era visto pelos coman<strong>do</strong>s<br />

ingleses, para os quais o dia começava quan<strong>do</strong> “um cavalo cinzento pudesse<br />

ser visto a uma milha de distância” não corresponderia exatamente ao entendimento<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil e política lusitana.<br />

80 A segun<strong>da</strong> invasão francesa. In: Nova História Militar de Portugal, p. 93.<br />

81 A segun<strong>da</strong> invasão francesa. In: Nova História Militar de Portugal, p. 93.<br />

82 Diz John Grehan (op. cit., p. 7): “The invasion of Portugal was [...] a matter<br />

of the highest priority to the French and Napoleon ordered that the conquest<br />

of An<strong>da</strong>lusia and southern Spain should be postponed until Portugal had be<br />

subdued”.<br />

83 Os próprios militares <strong>da</strong>s milícias desertavam em grande número quan<strong>do</strong> se<br />

tratava de trabalhar nas colheitas (de onde vinha o sustento <strong>da</strong> economia <strong>do</strong><br />

país).<br />

202 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 165-211, 2008<br />

IGH-2.pmd 202<br />

28/11/2008, 08:36

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