revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

Rhetorica Libri Tres ex Aristotele, Cicerone & Quintiliano
praecipue de prompti, do jesuíta Cipriano Suárez, editado em
Coimbra em 1562 e reeditado em 1575 e 1583, usado até o
séc. XVIII. No final deste curso, a Ratio Studiorum propunha
que se ministrassem conhecimentos ‘úteis e eruditos’ de Cronologia,
História, Geografia, Usos e Costumes, Mitologia e
Tecnologia. Possivelmente durava dez anos ao todo este Curso
de Letras (CARVALHO, 1996, p. 334-341). A Retórica tornou-se,
na situação pós-tridentina, uma das principais disciplinas
do ensino jesuítico, generalizando-se em Portugal como
modelo para todas as práticas de representação, ao menos até
fins do séc. XVIII. Deveria dar conta de três coisas essenciais
que, para a época, resumiam e normalizavam toda a educação:
os preceitos, o estilo e a erudição, segundo especificava o Ratio
Studiorum (HANSEN, 2000, p. 26).
O Curso de Filosofia ou de Artes seguia-se ao de Letras,
que lhe era indispensável preparatório. Aí estudava-se, com
a duração de três anos e sete meses, a Dialética, a Lógica, a
Física e a Metafísica. Para evitar que o professor ditasse a matéria,
o jesuíta Jerônimo Nadal, quando veio em 1561 a Portugal
como visitador dos colégios, determinou que fosse redigido
um Curso de Filosofia encarregando disto dois jesuítas portugueses
e dois espanhóis; a obra ficou pronta no fim dos quinhentos,
década de 90, com seis volumes e o título comum de
Comentários (aos livros de Aristóteles); publicou-se também
em 1593, a obra de Aristóteles Moral a Nicómaco. O conjunto
destas obras didáticas ficou sendo conhecido como “Curso
Conimbricense” e os jesuítas, seus autores e divulgadores, designados
por conimbricenses. (CARVALHO, 1996, p. 341-352).
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 123-163, 2008 131
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