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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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O Maneirismo<br />

Ao propormos a análise de retábulos reconheci<strong>do</strong>s como<br />

<strong>do</strong>s mais antigos exemplares, em nosso acervo, devemos decerto<br />

proceder previamente à inserção <strong>do</strong>s mesmos na época<br />

em que foram produzi<strong>do</strong>s. O que significa – nesse caso, que nos<br />

conduz de forma instigante à História <strong>da</strong> Arte – in<strong>da</strong>gar sobre o<br />

maneirismo, de como o estilo maneirista foi introduzi<strong>do</strong> em Portugal<br />

e qual o seu significa<strong>do</strong> para nós.<br />

Examinan<strong>do</strong> o sistema colonial que se implantou no Brasil,<br />

desde pontos de vista diversos, verificamos o fun<strong>da</strong>mental interesse<br />

que a então <strong>do</strong>minante cultura religiosa para nós representa. É, nesse<br />

perío<strong>do</strong>, <strong>da</strong> introdução <strong>do</strong>s padrões europeus, que se delineia o<br />

papel desempenha<strong>do</strong> pelo maneirismo, já confundi<strong>do</strong> com um estilo<br />

jesuítico, não somente em razão <strong>da</strong> contemporanei<strong>da</strong>de entre a<br />

afirmação <strong>do</strong>s seus preceitos e a Contra-Reforma, que a Ordem<br />

<strong>do</strong>s Jesuítas tinha protagoniza<strong>do</strong>, mas, além disso, pelo vínculo existente<br />

entre o referi<strong>do</strong> estilo e o vasto programa construtivo empreendi<strong>do</strong><br />

pelos inacianos (SILVA, 1986; 112 – 113). Estes, desde<br />

mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVI, envolvi<strong>do</strong>s numa identificação com alguns<br />

<strong>do</strong>s princípios maneiristas, ou seja, com o estilo que, para autores,<br />

como Pevsner, representa a expressão simbólica <strong>da</strong> ordem contrareformista<br />

(SILVA, 1986; 155).<br />

O tema vem adquirin<strong>do</strong> há meio século a conotação de<br />

fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> arquitetura e arte sob a feição ibérica e lusobrasileira.<br />

Sen<strong>do</strong> váli<strong>do</strong>, para nós, ressaltar a coincidência entre<br />

o panorama assim resumi<strong>do</strong> e a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r<br />

como mais uma razão para que nos detenhamos no ambiente<br />

cultural que é o de nossa formação inicial.<br />

26 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 25-51, 2008<br />

IGH-2.pmd 26<br />

28/11/2008, 08:36

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