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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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deriva de Bramante”, no projeto para a casa de Rafael Sanzio<br />

(SUMMERSON, 1999; 81). Entretanto, a concepção a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong><br />

nos lembra o papel que os jesuítas exerciam na capital francesa,<br />

nessa época, participan<strong>do</strong> <strong>do</strong> programa de construções religiosas<br />

seiscentistas, com esquema semelhante de <strong>do</strong>is ou três an<strong>da</strong>res<br />

de colunas, em ordens superpostas.<br />

Ten<strong>do</strong> no proselitismo uma marca fun<strong>da</strong>mental de sua atuação,<br />

e estan<strong>do</strong> cientes <strong>da</strong> importância <strong>do</strong>s altares como as células<br />

essenciais <strong>do</strong> espaço religioso, os inacianos tiveram, como já vimos,<br />

um papel destaca<strong>do</strong> na formação <strong>da</strong> arte lusitana e na evolução<br />

<strong>do</strong> retábulo. Pode-se observar no altar-mor <strong>da</strong> Catedral que<br />

seus autores não hesitam em compendiar, no mesmo, tal evolução;<br />

no entanto, abertos que estavam os padres às proposições emana<strong>da</strong>s<br />

de Roma, protagonizan<strong>do</strong>-as inclusive, transformaram esse altar<br />

no marco <strong>do</strong> advento de um novo espírito – produto <strong>da</strong> experiência<br />

acumula<strong>da</strong> desde a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Ordem até a segun<strong>da</strong><br />

metade <strong>do</strong> Seiscentos. Em conseqüência, o retábulo nos exibe a ênfase<br />

na pureza <strong>do</strong>s elementos plenamente arquiteturais <strong>do</strong> maneirismo,<br />

alia<strong>da</strong> à nova e elabora<strong>da</strong> preocupação de profundi<strong>da</strong>de na proeminência<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> a esses elementos compositivos, fazen<strong>do</strong> mesmo antever<br />

o que viria a ser em breve a formação de espaço côncavo, com o<br />

altar barroco; o que levou Bazin a descrevê-lo como “um precioso<br />

<strong>do</strong>cumento <strong>da</strong>ta<strong>do</strong>, para reconstituir a evolução que assistiu ao<br />

renascimento <strong>da</strong> forma chama<strong>da</strong> românica” (BAZIN, 1956; v. I, 286).<br />

Foi a perícia artesanal <strong>da</strong>s suas oficinas baianas, a essa<br />

altura, que lhes permitiu esculpir as colunas tar<strong>do</strong>-renascentistas<br />

de fustes inteiramente lavra<strong>do</strong>s, em talha baixa – os únicos exemplares<br />

<strong>do</strong> estilo que restam na Arte Sacra luso-brasileira, na arte<br />

<strong>do</strong>s “plateros”, portanto, como produtos de ourivesaria.<br />

48 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 25-51, 2008<br />

IGH-2.pmd 48<br />

28/11/2008, 08:36

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