revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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ca o entusiasmo do povo é mais justo do que nesse dia de grata recordação. Coroas de glória circulam na eternidade as frontes vitoriosas dos mártires e heróis de nossa Independência. Seus nomes servem de outros tantos estímulos dos brios de seus vindouros para conservar a obra deles. O Rev. Sr. P e . M e . Rodrigo Inácio de Menezes, compenetrando-se da grandeza de seu assunto, desenvolveu com sua costumada eloqüência os belos e tocantes quadros dessa luta gloriosa. O Te-Deum, em que oficiou S. Ex.ª Rm.ª, esteve brilhantemente concorrido; e o majestoso Templo elegantemente ornado. A Religião e a Pátria exultam nesse dia grandioso, porque nele nos foram restituídos nossos Altares e nossa Liberdade. Nada dizemos sobre o gravíssimo escândalo e torpe insulto à Religião e à moral que conspurcaram o Bando anunciador desse dia memorável, porque felizmente para honra da civilização da Bahia já um periódico, que não é Eclesiástico, protestou contra essa vileza imprópria até dos festejos da barbaria da escravidão. O Noticiador Católico, BA, 7(55):1, 8 jul.1854 318 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 317-318, 2008 IGH-2.pmd 318 28/11/2008, 08:36
Dous de Julho Não é muito que no meio desta atonia a que reduziu-se a sociedade baiana; não é muito que, neste entorpecimento de todo o império brasileiro para os sentimentos puramente nacionais, se levante uma manifestação pelo veículo da imprensa, como expressão sincera do coração que sente, do coração que, cheio de fé, palpita de patriotismo. É que há ainda, quem compreenda-o e que este nobre sentimento que devera unânime transluzir todos os dias, embora no envoltório de entenebrecidas nuvens, guarda suas louçanias, sua majestade, e grandeza, para o dia que resume o todo, que o simboliza; porque com ele se identifica. O dia dois de julho nunca poderá ser esquecido! Embora, não como se deveria ostentar, a coroa de todos os sacrifícios que puder caber em forças humanas, guiadas pela esperança de uma nacionalidade, da liberdade e do progresso; embora, não o remate desta brilhante auréola que devia circundar o engrandecimento do império brasileiro – embora e, dissemos nós e ainda o dia Dois de Julho o reflexo desta gloriosa aspiração. Seu pensamento íntimo pode porventura perder-se em tão curto espaço de tempo? Pode desvirtuar-se porque parte da geração presente e não compreende? Não de certo. Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 319-322, 2008 319 IGH-2.pmd 319 28/11/2008, 08:36
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