revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

O dia Dous de Julho
O arrefecer dos famosos estímulos pela – Liberdade – é o
prelúdio fatal para o estado sem honra e vilíssimo do cativeiro: –
é na – Liberdade e só na – Liberdade – que o homem encontra
a grande origem de todas as verdadeiras felicidades da vida: –
ela é que misteriosamente atraindo a si o coração da criatura –
fá-lo sentir por tal forma a imensidade dos bens, de que é capaz
– que o coração abrasado no fogo do mais puro amor por ela –
torna-se com justo fanatismo o idólatra feliz do que – depois de
Deus – existe de mais caro sobre a terra.
E por que havia de um Scevola com um heroísmo, acima de
toda a expressão entregar a destra ao poder das chamas – Catão,
os estames de uma vida primorosa ao gume doloroso da espada?
O grego audacioso – como o romano constante pelos sentimentos
da mais austera virtude – não provaram, por certo – as
almas sublimes, de que os houvera a Divina Providência enriquecido,
um pelo fogo – o outro pelo ferro – senão arrastados
pela força extraordinária desse condão famoso do ente dotado
de razão – a – Liberdade.
E tanta intrepidez por ela – como igual jamais se pudera
dar por nem um outro princípio!!...
Sim.
É que aí na alma do homem o primeiro – o sentimento rei
dos sentimentos, que depositara o – Eterno, – foi – e é o da –
Liberdade. – Pode em muitas coisas modificar-se o espírito do
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 307-310, 2008 307
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