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revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

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e a Contra-Reforma. Podemos então inferir que a <strong>do</strong>sa<strong>da</strong> apropriação<br />

de elementos renascentistas se insere, nas formas propositalmente<br />

alonga<strong>da</strong>s, fornecen<strong>do</strong> um novo senti<strong>do</strong> às relações<br />

proporcionais. Convém destacar que, aqui, o programa<br />

arquitetônico toca em questionamento essencial <strong>do</strong> estilo<br />

maneirista, qual seja, o <strong>do</strong> jogo renova<strong>do</strong> <strong>da</strong>s proporções, mas,<br />

referin<strong>do</strong>-se também à tradição lusa <strong>da</strong> igreja salão, <strong>da</strong>s<br />

“hallenkirche”, ou seja, as sobrevivências <strong>do</strong> gótico em Portugal,<br />

com colunas ou pilares colossais (NEVES, 1980; 23 – in<br />

Barroco, 11). As fontes dessa concepção, que implicou no alongamento<br />

<strong>do</strong> pé direito <strong>da</strong>s capelas laterais, nos são provavelmente<br />

indica<strong>da</strong>s em textos como o de Francastel, ao mencionar<br />

a “tradição erudita que, através de Sérlio, remonta bem longe<br />

no passa<strong>do</strong>”, incluin<strong>do</strong>-se nesse passa<strong>do</strong> as reminiscências góticas,<br />

na visão <strong>do</strong> mesmo autor (FRANCASTEL, 1982; 381).<br />

O historia<strong>do</strong>r Anthony Blunt esclarece que os artistas, a<br />

partir de 1530, “aban<strong>do</strong>nam os ideais renascentistas <strong>do</strong> espaço<br />

racional e <strong>da</strong>s proporções regulares, e se servem livremente,<br />

quase tanto quanto os artistas medievais, <strong>da</strong>s construções<br />

arbitrárias e <strong>da</strong>s formas alonga<strong>da</strong>s”, portanto, <strong>da</strong>quela<br />

mesma verticalização em total sintonia com o espírito místico<br />

e com os aspectos teológicos ou litúrgicos que voltam a ser<br />

valoriza<strong>do</strong>s (BLUNT, 1966; 116).<br />

Assinale-se que, por sua vez, a inserção no espaço<br />

arquitetônico passara a ser um tema mais presente na produção<br />

<strong>do</strong> altar após as inovações introduzi<strong>da</strong>s. Esse aspecto nos é indica<strong>do</strong><br />

por Bazin, segun<strong>do</strong> o qual a produção <strong>do</strong>s retábulos de<br />

Portalegre e de Coimbra, “foi o ponto de parti<strong>da</strong> de uma arte<br />

nova que se iria desenvolver paralelamente à arquitetura, extra-<br />

38 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salva<strong>do</strong>r, v. 103, p. 25-51, 2008<br />

IGH-2.pmd 38<br />

28/11/2008, 08:36

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