revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

Interessará, então, proceder a uma recuperação objetiva e
mais realista do período em causa, com a abrangência suficiente
para, inclusive, melhor conseguirmos compreender a sua evolução
para os tempos atuais.
Nesse entendimento, embora tendam a sê-lo, o fenômeno
da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil e suas conseqüências
perderão em ser apreciadas de forma separada da causas
que estiveram na sua origem, a saber, a ameaça napoleônica e a
seqüente invasão do território metropolitano português.
As Guerras Napoleônicas
Não cabe aqui descrever e apreciar o desenrolar das guerras
que, desencadeadas pelos episódios da Revolução Francesa,
tiveram o seu apogeu nos desígnios políticos e hegemônicos
de Napoleão e nos instrumentos bélicos por ele usados.
Para a Europa, as Guerras Napoleônicas tiveram uma importância
extrema, pelo grau de beligerância e amplitude de destruição
por elas causadas. Uma vasta parte da população européia
assistiu com perplexidade à capacidade de ferocidade e
ambição dos seus parceiros, assustando-se igualmente perante
a sua própria capacidade de maldade.
Pelo novo grau de agressão apresentado, as guerras levadas
a cabo por Napoleão terão antecedido, para a sua época, a
estupefação e horror depois causado, respectivamente, pela
Primeira e Segunda Guerra Mundial.
Na Península Ibérica, e mais concretamente em Portugal,
aquelas guerras foram sentidas, no entanto, como um fenômeno
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