revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

fiscal, o que provocava constantes conflitos com os administradores
portugueses.
Além disso, os jesuítas preferiam separar os indígenas do
contato não só com outros indígenas não cristianizados, como
também dos colonos portugueses que pretendiam sempre
escravizá-los. Pombal estava desejoso de povoar e explorar
melhor as vastas regiões da América portuguesa e pretendia estimular
o casamento entre indígenas e europeus para consolidar
os territórios nacionais, o que entrava em confronto direto com
a política jesuítica de separação dos índios cristianizados
(MAXWELL, 1996, p. 72)
O colapso dos tratados de Madri constatados em 1761
provocou uma grande ofensiva espanhola para expulsar os portugueses
da Colônia do Sacramento e das terras que eles haviam
povoado ao sul da ilha de Santa Catarina na década de
1750 (MAXWELL, 1996, p. 134). Esta área estava sob a autoridade
do Rio de Janeiro e, quando os espanhóis tomaram a
Colônia do Sacramento, Pombal, além dos trâmites diplomáticos
desenvolvidos na Europa, tratou de transferir a capital do
estado do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, mais próximo
da área de conflito e das minas de ouro que já estavam
entrando em decadência, mas cuja diminuição de impostos era
atribuída por Pombal ao contrabando.
Portugal tinha também objetivos europeus mais amplos e o
conflito antijesuítico era um deles, que unia Portugal, Espanha e
França no desejo de pressionar o papa a dissolver a Ordem, o que
finalmente ocorreu em 1773 (MAXWELL, 1996, p. 134-135).
156 Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 123-163, 2008
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