revista do instituto geográfico e histórico da bahia - IGHB

Mas, rompidos os dogmas históricos liberais, interessaria
muito, a partir de agora, alargar e aprofundar a realidade portuguesa
dessa época, da sua economia, das suas finanças, da sua
estratégia e das sua política, alcançando-se, nomeadamente, uma
imagem conjugando todos esses aspectos essenciais, para se
evitar uma visão distorcida. Figuras importantes, como, por exemplo,
a de Rodrigo de Sousa Coutinho 94 , que acompanhou esse
período, em Portugal e depois no Brasil, ganharão em ser
divulgadas, pela qualidade do seu pensamento, clarividência e
capacidade de intervenção na época. O próprio Príncipe Regente
D. João viu a sua figura completamente revista e restaurada,
pela ação e pela reflexão, neste caso, graças aos esforços
do Brasil em assinalar e comemorar devidamente (nas suas conseqüências
passadas, presentes e futuras) os 200 anos da Chegada
da Corte a terras brasileiras.
Também no Brasil, o Visconde de Cairu, poderá ter a sua
obra econômica, prática e teórica, aprecidada e estudada no
seu espírito de vanguarda e profundidade.
Tudo isso, de que apenas foram referidos exemplos, será
um patrimônio (histórico) que portugueses e brasileiros poderão
legar – conjuntamente – às gerações futuras, para que estas
possam, com mais firmeza, decisão e orientação, prosseguir a
obra dos seus maiores.
94 Que especialmente tem sido estudado pela Profª Andrée Mausuy Dinis Silva,
da Universidade de Paris.
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 165-211, 2008 209
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