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José Gomes Ferreira – A Poética do Canto e do Grito - Repositório ...

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A obra de <strong>José</strong> <strong>Gomes</strong> <strong>Ferreira</strong> confirma exemplarmente a epígrafe supracitada,<br />

pois todas as direcções que seguimos nos conduziram à instância <strong>do</strong> sujeito cria<strong>do</strong>r, ao<br />

trabalho poético e ao momento histórico da produção. Poderíamos, naturalmente, ter<br />

segui<strong>do</strong> outras direcções, mas há um momento em que urge pôr fim a uma leitura e<br />

deixar o caminho aberto para outras, na lógica de que “a leitura é possível porque um<br />

texto não está fecha<strong>do</strong> em si próprio [mas] tem alguma coisa a dizer a propósito de<br />

alguma coisa” (Valdés, 1995:345).<br />

As concepções de texto e de leitura que a<strong>do</strong>ptámos ao longo <strong>do</strong> trabalho filiam-se<br />

nesta definição de Valdès, na medida em que consideramos que o trabalho por nós<br />

realiza<strong>do</strong> se contém nos limites de uma leitura, entre outras possíveis, que estruturou a<br />

nossa abordagem de Poeta Militante. Os seus poemas, pelo seu carácter essencialmente<br />

dialógico, comprovam este princípio de elasticidade textual e admitem o entendimento<br />

<strong>do</strong> texto como núcleo central de uma infinidade de combinações semânticas, mas<br />

tornam impossível, por força dessas possibilidades, o recenseamento de todas as<br />

posições tomadas pelo eu <strong>do</strong> autor textual.<br />

A nossa proposta de leitura centrou-se na busca da definição de uma outra poética<br />

em <strong>José</strong> <strong>Gomes</strong> <strong>Ferreira</strong>, a <strong>do</strong> canto e <strong>do</strong> grito. Obedecen<strong>do</strong> à necessidade de testar a<br />

validade desta hipótese, analisámos o corpus delimita<strong>do</strong> e fizemos o estu<strong>do</strong> de textos<br />

teóricos <strong>–</strong> de análise da obra <strong>José</strong> <strong>Gomes</strong> <strong>Ferreira</strong> e de teoria poética <strong>–</strong> para, num<br />

tributo ao poeta, que desejou uma voz única, encontrarmos também uma voz que<br />

falasse da sua Poesia e que conseguisse encontrar uns <strong>do</strong>s caminhos possíveis de leitura<br />

da sua obra.<br />

Conclusão 159

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