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Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

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chegavam com atraso, mas chegavam, conquistando adeptos; sobretudo as<br />

novi<strong>da</strong>des provenientes <strong>da</strong> França, onde o liberalismo se firmara com a<br />

Revolução. Os ideais <strong>da</strong> Revolução Francesa já haviam se propagado por to<strong>da</strong> a<br />

Europa e também pela América inglesa e espanhola, chegando finalmente à<br />

portuguesa.<br />

D. Pedro I, primeiramente príncipe, depois regente e por fim imperador,<br />

abdica em 1831 do trono em favor de seu filho D. Pedro e parte para a Europa<br />

com a tarefa de defender os direitos de sua filha Maria Leopoldina ao trono de<br />

Portugal. Como esse evento ocorre quando D. Pedro filho tinha apenas cinco<br />

anos de i<strong>da</strong>de, antes de partir o pai nomeia José Bonifácio como tutor do jovem<br />

herdeiro.<br />

Começa um período de regências que só viria a acabar quando <strong>da</strong><br />

antecipação <strong>da</strong> maiori<strong>da</strong>de 25 e coroação de D. Pedro II, que reinaria no Brasil por<br />

quase meio século, atravessando a larga época de 1841 até a proclamação <strong>da</strong><br />

República em 1889.<br />

Sob o reinado do primeiro monarca nascido em solo brasileiro, o país<br />

entra num processo de solidificação e afirmação perante seus vizinhos<br />

americanos e europeus. Uma nova efervescência cultural, social e econômica<br />

sacode os centros urbanos. Ocorrendo inicialmente no Rio de Janeiro e na<br />

seqüência se propagando para outras províncias, essa efervescência viria a<br />

transformar a socie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> época em uma socie<strong>da</strong>de consumidora de tudo o que<br />

pudesse significar status, moderni<strong>da</strong>de e civilização. Roupas e acessórios<br />

provenientes de estoques que as crises econômicas ou as vira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mo<strong>da</strong><br />

haviam tornado invendáveis na Europa e Estados Unidos 26 , móveis, instrumentos<br />

musicais, perucas, papéis de paredes entre outros objetos de consumo entrariam<br />

no Brasil em grandes quanti<strong>da</strong>des para deleite <strong>da</strong> nova aristocracia 27 :<br />

25 Os liberais, os partidários do padre Feijó e antigos extremistas, numa atitude de interromper o<br />

período regencial, tomam o golpe <strong>da</strong> maiori<strong>da</strong>de para o restabelecimento do trono. Assim,<br />

“prematuramente”, D. Pedro II passa a ser imperador do Brasil. (SCHWARCZ, Lilia Moritz. As<br />

Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia <strong>da</strong>s<br />

Letras, 1998).<br />

26 PINHO, Wanderley. Salões e Damas do Segundo Reinado. São Paulo: Livraria Martins, 1942,<br />

p. 52. O autor cita a crítica de Ferdinand Denis às <strong>da</strong>mas <strong>da</strong> época que insistiam em usar<br />

colete, “um sinal desgracioso <strong>da</strong> nova mo<strong>da</strong>‖.<br />

27 Como eram muitos os mestiços participantes <strong>da</strong> Corte devido ao novo status obtido, o uso <strong>da</strong><br />

peruca, “que já caíra em desuso na Europa, entra na mo<strong>da</strong> no Império para esconder o cabelo<br />

pixaim”. (ALENCASTRO, Luiz Felipe de {org}. Vi<strong>da</strong> Priva<strong>da</strong> e ordem priva<strong>da</strong> no Império. In:<br />

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