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Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

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defende Serra. Ou, quem sabe, aliado a esses fatores, o mérito maior de Macedo<br />

esteja no fato de levar para as páginas de seu livro uma moreninha como<br />

personagem central, que, com to<strong>da</strong> sua beleza local alia<strong>da</strong> a sua personali<strong>da</strong>de,<br />

se sobressai a outras meninas páli<strong>da</strong>s e loiras “européias”. Ao realizar tal<br />

propósito, Macedo, segundo Amora, criava finalmente a donzelinha ou mocinha<br />

brasileira – típico produto nacional 118 .<br />

2.1 A brasileira Moreninha<br />

No que concerne à história <strong>da</strong> Literatura Brasileira, mais especificamente<br />

no período em que se buscava uma expressão nacional para o país, em um<br />

momento em que o Imperador “em pessoa” trabalhava para que o Brasil tivesse<br />

sua própria identi<strong>da</strong>de, a fim de que o Brasil se afirmasse como nação perante<br />

outros governos e principalmente perante sua antiga metrópole, surge Macedo e<br />

apresenta ao leitor o romance A Moreninha.<br />

Esta obra seria de suma importância para o movimento romântico que há<br />

pouco mais de uma déca<strong>da</strong> se fixara no Brasil, mas que teria no Segundo<br />

Reinado (1840 – 1889) seu momento mais fecundo por se encontrar aqui homens<br />

de letras ansiosos para transmitir em suas obras o sentimento de patriotismo que<br />

os tomava desde que se proclamou a Independência, mas que só ganhou forças,<br />

como já vimos no primeiro capítulo deste trabalho, com o aval direto de D. Pedro<br />

II.<br />

Moreninha, com seu tom de pele, alcançaria junto ao leitor o status de<br />

primeiro mito sentimental brasileiro, a “padroeira dos namorados” 119 . To<strong>da</strong>via,<br />

esse lugar de destaque perante o público-leitor não seria obtido somente pelo<br />

aspecto físico <strong>da</strong> personagem, pois cremos que apenas sua “morenice” é<br />

insuficiente para explicar o porquê de essa personagem ser considera<strong>da</strong> a mais<br />

importante criação de Macedo e, principalmente, de ser esta jovem essencial para<br />

118<br />

AMORA, Antônio Soares. A literatura Brasileira – O Romantismo. 4ª ed. São Paulo: Ed. Cultrix,<br />

1973, p. 220.<br />

119<br />

CANDIDO, Antonio. O honrado e facundo Joaquim Manuel de Macedo. In: A Formação <strong>da</strong><br />

Literatura Brasileira, (Momentos Decisivos), 2 vols., 3ª ed. São Paulo: Ed. Martins, 1969.<br />

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