08.05.2013 Views

Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

INTRODUÇÃO<br />

_________________________________________________<br />

No Brasil, a independência política foi conquista<strong>da</strong> quando, em um golpe<br />

arquitetado pela aristocracia, D. Pedro se declara o primeiro imperador do país,<br />

inaugurando, assim, uma nova nação nos trópicos, livre <strong>da</strong> metrópole portuguesa.<br />

To<strong>da</strong>via, a independência cultural não se deu no mesmo período. Ela foi sendo<br />

adquiri<strong>da</strong> gradualmente, com muito esforço e comprometimento por parte de um<br />

grupo empenhado, entre outras coisas, na construção de uma literatura de fato<br />

brasileira, produto de uma identi<strong>da</strong>de nacional 1 .<br />

Não pretendo aqui, me estender sobre como se deu o processo de<br />

construção <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de cultural do país, nem tampouco debater as questões<br />

polêmicas acerca <strong>da</strong>s contradições que se desencadearam antes, durante e<br />

depois desse processo. Mas entendendo que a literatura colaborou no processo<br />

de nacionalização do país - assim como a busca <strong>da</strong> afirmação nacional deu<br />

suporte à escola romântica, num movimento em que uma dependia e reforçava a<br />

outra – creio ser importante, antes de mais na<strong>da</strong>, apresentar algumas<br />

considerações de alguns críticos e autores sobre como se deu essa construção<br />

<strong>da</strong> nacionali<strong>da</strong>de tanto no campo social como literário.<br />

José Veríssimo 2 diz que independente e constituído, desenvolvendo-se<br />

menos adstrito à exclusiva influência <strong>da</strong> Metrópole e ao seu absorvente<br />

predomínio, entra o país a experimentar o influxo de outras e melhores culturas. O<br />

maior de todos, porém, segundo Veríssimo, não será externo, mas o sentimento<br />

nacional afinal consciente: o desvanecimento <strong>da</strong> sua independência, <strong>da</strong> sua<br />

maiori<strong>da</strong>de de povo, <strong>da</strong>s suas possibili<strong>da</strong>des de crescimento com as suas<br />

promissoras esperanças de futuro. Por isso a literatura imediatamente posterior à<br />

Independência é ostensivamente, intencionalmente nacionalista e patriótica,<br />

conforme afirma o crítico. 3<br />

1<br />

CANDIDO, Antonio. A Formação <strong>da</strong> Literatura Brasileira, (Momentos Decisivos), 2 vols., 3ª ed.<br />

São Paulo: Ed. Martins, 1969.<br />

2<br />

VERÍSSIMO, José. História <strong>da</strong> literatura brasileira. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio<br />

Editora, 1954.<br />

3 Idem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!