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Capítulo I - Repositório Institucional da UFSC

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1.2 O Brasil no Segundo Reinado<br />

26<br />

A escravidão era e seria, até o final<br />

do reinado de D. Pedro II, a grande<br />

contradição de seu Império, que<br />

pretendia, quase, europeu.<br />

(Lilia Moritz Schwarcz)<br />

Uma monarquia inseri<strong>da</strong> num continente republicano, um imperador com<br />

pose de ci<strong>da</strong>dão e idéias liberais, uma Corte tropical composta de ricos e muitos<br />

novos-ricos forjando a todo custo uma impressão européia, assim seria o<br />

panorama do Brasil no Segundo Reinado. No entanto, a diversi<strong>da</strong>de cultural do<br />

país era gritante. Grande parcela <strong>da</strong> população nesse período já se apresentava<br />

como mestiça, de índios, brancos e negros. Muitos negros.<br />

O Brasil abrigou a maior concentração de escravos depois do fim do<br />

Império romano 44 , porém ao contrário desses escravos 45 , os nossos eram de uma<br />

só região, de uma única raça – a negra. Como afirma Alencastro, tamanho<br />

________________________<br />

Seixas. Os leitores de Machado de Assis: o romance machadiano e o público de literatura no<br />

século 19. São Paulo: Nankin Editorial: EDUSP, 2004, p. 61).<br />

44 Os escravos romanos eram geralmente prisioneiros de guerra capturados durante a extensa<br />

campanha de expansão de Roma. Assim como no Brasil, não eram considerados seres<br />

humanos, mas sim proprie<strong>da</strong>des e, portanto, eram explorados e vendidos como mercadorias.<br />

Seu trabalho, no artesanato e na agricultura, era decisivo para a produção de bens necessários<br />

para a socie<strong>da</strong>de. Podiam comprar a sua liber<strong>da</strong>de ou então serem libertados pelo proprietário.<br />

(GIORDANI, Mário Curtis. História de Roma. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1972).<br />

45 Segundo <strong>da</strong>dos do censo de 1849, um em ca<strong>da</strong> três habitantes do município do Rio de Janeiro<br />

havia nascido na África. (ALENCASTRO, Luiz Felipe de {org}. Vi<strong>da</strong> Priva<strong>da</strong> e ordem priva<strong>da</strong> no<br />

Império. In: História <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> priva<strong>da</strong> no Brasil – Império: a corte e a moderni<strong>da</strong>de nacional. São<br />

Paulo: Companhia <strong>da</strong>s Letras, 1997).

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