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Artigos do 18° COLE publicados na revista LTP - 9ª parte

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O PAPEL DA EXPERIÊNCIA NO ENSINO EM EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO MÉTODO...<br />

Do <strong>do</strong>cumento, selecio<strong>na</strong>mos a pági<strong>na</strong> <strong>do</strong>is, <strong>na</strong> qual podese<br />

observar em detalhes a forma como a palavra gera<strong>do</strong>ra,<br />

toman<strong>do</strong> como base uma situação existencial, partia da<br />

palavração:<br />

Figura 1. Pági<strong>na</strong> de A experiência em Angicos, de Carlos Lyra (1963).<br />

Fonte: arquivo pessoal.<br />

A palavra “Belota” remetia à situação existencial que,<br />

após discussão, resultava <strong>na</strong> decomposição da palavra em<br />

famílias silábicas. A estrutura da pági<strong>na</strong> lembra a cartilha,<br />

por conta da disposição gravura, palavra, sílaba, família<br />

silábica. A diferença essencial entre o méto<strong>do</strong> da palavração<br />

e o Méto<strong>do</strong> Paulo Freire, nesse senti<strong>do</strong>, se dá pela forma<br />

como a palavra representa uma visão de mun<strong>do</strong> e a leitura<br />

política da gravura.<br />

Esse elemento é notável <strong>na</strong> pági<strong>na</strong> 5 <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento, que<br />

descreve a situação existencial que envolveu a escolha da<br />

palavra belota:<br />

LEITURA: TEORIA & PRÁTICA (SUPLEMENTO), n.58, jun.2012<br />

A palavra Belota foi escolhida para primeira fi cha –<br />

dentro de uma situação sociológica local. –Um homem<br />

de Angicos vesti<strong>do</strong> tipicamente, monta<strong>do</strong> em um<br />

burro, numa ce<strong>na</strong> de sêca, com uma chibata <strong>na</strong> mão,<br />

<strong>na</strong> qual aparece em primeiro plano uma Belota de côr<br />

bem viva. Na <strong>parte</strong> superior esquerda, aparece o nome<br />

“Belota”. Dêste momento em diante, levamos o grupo<br />

a debater (DIALOGAR), a<strong>na</strong>lizan<strong>do</strong>, desenvolven<strong>do</strong><br />

uma capacidade crítica <strong>do</strong>s participantes, saben<strong>do</strong> tirar<br />

<strong>do</strong> que está projeta<strong>do</strong>, uma conclusão; pois a associação<br />

de ideas é independente da vontade – mas no entanto, é<br />

controlável. – Êste é o grande trunfo que temos, de que<br />

dispomos, permitin<strong>do</strong> assim uma direção ou melhor, –<br />

a orientação adequadada da (?) associação das ideas.<br />

Daí a necessidade das pesquisas, universo vocabular,<br />

etc., para usarmos nos debates, temas <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s<br />

participantes, – já que as ideas no ser humano sempre<br />

se associam em torno <strong>do</strong> “eu”, obedecen<strong>do</strong> a uma<br />

tendência egocêntrica [...] (LYRA, 1963, p. 5)<br />

As situações determi<strong>na</strong>vam as palavras a serem utilizadas de<br />

acor<strong>do</strong> com a realidade <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s. O objetivo de consciência<br />

norteava as aulas, consideradas como dialógicas por conta da<br />

possibilidade de alfabetização por meio da refl exão sobre o<br />

homem e o ser no mun<strong>do</strong>. A situação existencial que precedia<br />

o méto<strong>do</strong> da palavração era um retrato <strong>do</strong> próprio educan<strong>do</strong><br />

que, ao se ver como perso<strong>na</strong>gem de sua aprendizagem, tomava<br />

consciência <strong>do</strong> ser no mun<strong>do</strong> e das possibilidades de leitura<br />

política da sua situação.<br />

A alfabetização, desse mo<strong>do</strong>, concebia a necessidade de que<br />

o educan<strong>do</strong> lesse a si mesmo e a sua realidade. No momento da<br />

materialização das concepções freirea<strong>na</strong>s de conscientização e<br />

humanização, o méto<strong>do</strong> da palavração se tor<strong>na</strong>va a possibilidade<br />

de um elemento motiva<strong>do</strong>r para a escrita e a leitura de palavras<br />

carregadas de senti<strong>do</strong>.<br />

Antes da escrita, o Méto<strong>do</strong> Paulo Freire considerava<br />

a necessidade de leitura da palavra gera<strong>do</strong>ra que, no caso<br />

de “Belota”, foi iniciada pela projeção de uma fi cha com<br />

a palavra, seguida da pronúncia da palavra pelo educa<strong>do</strong>r e,<br />

posteriormente, pela repetição da classe. Eram considera<strong>do</strong>s<br />

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