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Artigos do 18° COLE publicados na revista LTP - 9ª parte

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DO PAPEL À TELA E/OU DA TELA PARA O PAPEL: INFLUÊNCIAS DAS DIFERENTES MÍDIAS NO COTIDIANO ESCOLAR<br />

1601, concor<strong>do</strong>u com Telma que seria bom que a professora<br />

de Ciências se engajasse no projeto e que também tentaria<br />

convencê-la, embora já houvesse percebi<strong>do</strong> seu me<strong>do</strong>.<br />

Concordan<strong>do</strong> com os depoimentos da professora Telma,<br />

a turma 1601 pôde aproveitar bastante as possibilidades <strong>do</strong><br />

Projeto nos dias em que esteve em contato com os “Uquinhas”,<br />

pois puderam mesclar o uso de diferentes mídias (os desenhos<br />

com canetas e lápis de cor no papel, a foto da imagem através <strong>do</strong><br />

dispositivo de imagem conti<strong>do</strong> no netbook, o envio da mesma<br />

por e-mail e a postagem no blog) e, quan<strong>do</strong> fossem usá-los <strong>na</strong>s<br />

salas, muito provavelmente apresentariam uma desenvoltura<br />

que poderia deixar muitos/as <strong>do</strong>centes mesmo desconcerta<strong>do</strong>s.<br />

No dia 15 de junho de 2011, uma quarta-feira, dia em<br />

que ocorrem os momentos de Centro de Estu<strong>do</strong>s (CE) <strong>na</strong>s<br />

escolas da rede municipal <strong>do</strong> Rio de Janeiro, encontraram-se<br />

a coorde<strong>na</strong><strong>do</strong>ra, a professora Telma, e os/as professores/as de<br />

Geografi a, Matemática, Artes e a diretora da escola. Telma estava<br />

justamente exibin<strong>do</strong> no data-show a produção que a turma 1601<br />

fi zera com a experiência de desenhar no papel, fotografar com<br />

o netbook e colocar suas produções no blog da turma. Por mais<br />

que eu tenha percebi<strong>do</strong> o apoio <strong>do</strong> professora<strong>do</strong> às atividades<br />

que Telma desenvolvera, não percebi voluntariamente algum/a<br />

<strong>do</strong>cente motiva<strong>do</strong>/a para auxiliar as turmas <strong>na</strong> continuidade <strong>do</strong><br />

blog, mesmo com a proposta feita por Telma: “Cada professor<br />

pode estimular suas turmas a postarem conteú<strong>do</strong>s trata<strong>do</strong>s em<br />

aula no blog”. Eles/as parecem apoiar a proposta, mas sem<br />

se aprofundar no assunto. Telma propôs que todas as turmas<br />

confeccio<strong>na</strong>ssem os seus e-mails e blogs, já que a Internet<br />

estava funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> direto (salvo alguns dias em que havia<br />

problemas de rede).<br />

Naquele mesmo dia, Telma me apresentou para a professora de<br />

Artes, A<strong>na</strong>, que se dispôs a falar da única vez em que usou o netbook<br />

<strong>do</strong> PROUCA em sala. A<strong>na</strong> me relatou que fez seu trabalho com<br />

a turma 1801, que já estava familiarizada com os equipamentos.<br />

Falou que foi uma experiência muito positiva, pois mesmo não<br />

sen<strong>do</strong> uma “afi ccio<strong>na</strong>da por tecnologias”, não teve me<strong>do</strong> de pedir<br />

ajuda para o alu<strong>na</strong><strong>do</strong> quan<strong>do</strong> precisou. Suas queixas se deram em<br />

função da demora no carregamento das imagens nos computa<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong>s/as alunos/as, devi<strong>do</strong> à baixa capacidade <strong>do</strong> mesmo.<br />

LEITURA: TEORIA & PRÁTICA (SUPLEMENTO), n.58, jun.2012<br />

Outra queixa que pude identifi car no discurso <strong>do</strong>s/as<br />

<strong>do</strong>centes da Escola Conecta, e que também é percebi<strong>do</strong> por<br />

Silva (2003), é a questão da infraestrutura para a aprendizagem<br />

da informática e a ausência de um especialista ou técnico que<br />

pudesse prestar-lhes auxílio para que as máqui<strong>na</strong>s não fi cassem<br />

paralisadas por falta de manutenção ou atualização, algo que<br />

fi ca explícito <strong>na</strong> fala da <strong>do</strong>cente A<strong>na</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> lhe perguntei sobre se pretendia trabalhar com os<br />

netbooks em outras atividades, ela me relatou a problemática da<br />

falta de tempo, mas as parcerias com outros/as <strong>do</strong>centes seria<br />

algo que se desse com mais intensidade, colaboraria bastante.<br />

Ela indica que o trabalho com os netbooks implica: “uma<br />

organização que eu nem sempre tenho tempo de fazer: “Eu<br />

consigo muito com as parcerias que faço com professora de<br />

Português, porque ela dá aula usan<strong>do</strong> no primeiro tempo <strong>na</strong><br />

turma 1801 e eu continuo no segun<strong>do</strong>. (Trecho <strong>do</strong> depoimento<br />

de A<strong>na</strong>, professora de Artes).<br />

Considerações fi <strong>na</strong>is, embora parciais: crian<strong>do</strong> outros<br />

links...<br />

Ao a<strong>na</strong>lisarmos o PROUCA no caso <strong>do</strong> Brasil –<br />

especifi camente <strong>na</strong> rede municipal <strong>do</strong> RJ, que é o campo de estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> presente texto - senti<strong>do</strong>s globais se mesclam com os locais,<br />

recontextualizan<strong>do</strong> as propostas origi<strong>na</strong>is <strong>do</strong>s idealiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s<br />

projetos, introduzin<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s outros que vão sen<strong>do</strong> hibridiza<strong>do</strong>s<br />

em suas propostas (LOPES, 2006, p.43).<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentos publica<strong>do</strong>s pela Gerência de<br />

Mídia e Educação da SME/RJ (RIO DE JANEIRO, SME/<br />

RJ, 2007b), que mais diretamente atuava <strong>na</strong> Escola Conecta<br />

junto aos <strong>do</strong>centes que estavam se familiarizan<strong>do</strong> com o<br />

PROUCA, identifi camos – através <strong>do</strong>s/as autores cita<strong>do</strong>s no<br />

<strong>do</strong>cumento - uma determi<strong>na</strong>da concepção de mídia e educação<br />

que gravita em torno de perspectivas como as defi nidas por<br />

autores como Martín-Barbero e Rey (2004), que defi nem como<br />

a mudança de protocolos de leitura, o que acarretaria um novo<br />

tipo de letramento propicia<strong>do</strong> pelo advento da cibercultura<br />

(LÈVY, 1999). As tecnologias então seriam responsáveis por<br />

(re)organizar as práticas sociais, acarretan<strong>do</strong> uma série de<br />

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