Artigos do 18° COLE publicados na revista LTP - 9ª parte
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LEITURA E LITERATURA NA ESCOLA LIVRE PORTO NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA WALDORF<br />
Podemos, assim, começar a compreender a importância da<br />
Literatura Infantil no desenvolvimento cognitivo das crianças.<br />
Ser leitor é o meio para conhecer os diferentes tipos de textos,<br />
de vocabulários. É uma forma de ampliar o universo linguístico.<br />
Para o “conta<strong>do</strong>r” de histórias, cabe o prazer de interagir com<br />
a leitura ao mesmo tempo em que oportuniza este prazer para<br />
os seus ouvintes. De acor<strong>do</strong> com Oliveira (2005, p. 130), as<br />
histórias ouvidas <strong>na</strong> infância criam laços afetivos entre quem<br />
diz e quem ouve ou entre quem lê e o livro que tem entre as<br />
mãos. Esse é um instante de interlocução em que os saberes<br />
conseguem interagir. Cademartori, referin<strong>do</strong>-se à leitura afi rma<br />
que,<br />
...adquirin<strong>do</strong> o hábito da leitura a criança passa a<br />
escrever melhor e a dispor de repertório mais amplo<br />
de informações, a principal função que a literatura<br />
cumpre junto a seu leitor é a apresentação de novas<br />
possibilidades existenciais, sociais, políticas e<br />
educacio<strong>na</strong>is. É nessa dimensão que ela se constitui<br />
em meio emancipatório que a escola e a família, como<br />
instituições não podem oferecer (CADEMARTORI,<br />
2006, p.19-20).<br />
Silva (2005, p. 95) corrobora com a autora ao afi rmar que<br />
“O ato de ler é uma necessidade concreta para a aquisição<br />
de signifi ca<strong>do</strong>s e, consequentemente, de experiências <strong>na</strong>s<br />
sociedades onde a escrita se faz presente”.<br />
A leitura nos permite estar em contato com a leitura<br />
<strong>do</strong> outro. Nesse senti<strong>do</strong> é necessário que o educa<strong>do</strong>r tenha<br />
aguçada sensibilidade para que possa, <strong>na</strong> relação direta<br />
com os alunos, perceber suas difi culdades, seus anseios,<br />
as interrogativas e buscar intervir de forma consciente,<br />
consistente e satisfatória, conduzin<strong>do</strong>-os ao desenvolvimento<br />
fl uente de leitura. Oliveira (2005) amplia a discussão ao<br />
afi rmar que<br />
A leitura é para o leitor oportunidade de aquisição de<br />
uma cultura geral. Nesse senti<strong>do</strong>, talvez seja preciso<br />
refl etir que nem tu<strong>do</strong> que o adulto julga útil como<br />
aquisição de conhecimentos, valores e regras, estão no<br />
LEITURA: TEORIA & PRÁTICA (SUPLEMENTO), n.58, jun.2012<br />
campo <strong>do</strong>s interesses da criança, mas que dentre os bens<br />
culturais de uma sociedade existem saberes relevantes<br />
e irrelevantes, que cada leitor vai discernin<strong>do</strong>, à medida<br />
<strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> seu processo. (OLIVEIRA,<br />
2005, p. 119).<br />
Oliveira comentan<strong>do</strong> sobre a leitura no contexto escolar<br />
atual, expressa que em função de ser objeto da cultura, fruto da<br />
necessidade huma<strong>na</strong>, a leitura pode tor<strong>na</strong>r-se, tanto instância com<br />
possibilidade liberta<strong>do</strong>ra quanto veículo para a <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>ção e<br />
alie<strong>na</strong>ção da consciência, quanto pode ser forma de expressão para<br />
a mudança da mentalidade social (OLIVEIRA, 2005, p. 105).<br />
Assim, a leitura apresentada <strong>na</strong> concepção e <strong>na</strong>s práticas<br />
sustentadas pela Pedagogia Wal<strong>do</strong>rf, se mostra de forma<br />
signifi cativa, pois no exercício da leitura com os alunos a<br />
professora atribui senti<strong>do</strong> às atividades atingin<strong>do</strong> uma dimensão<br />
que vai além de decodifi car a palavra. No vivenciar as práticas<br />
<strong>na</strong> sala de aula, a leitura se apresenta de maneira concreta, real<br />
e a atividade de leitura nessa perspectiva possui senti<strong>do</strong>, pois<br />
ela é viva.<br />
Essa pedagogia foi introduzida por Ru<strong>do</strong>lf Steiner em<br />
setembro de 1919 em Stuttgart, <strong>na</strong> Alemanha, com a primeira<br />
Escola Wal<strong>do</strong>rf, visan<strong>do</strong> atender os fi lhos de operários da fábrica<br />
de cigarros Wal<strong>do</strong>rf – Astória. Na atualidade sua orientação<br />
fi losófi ca tem inspira<strong>do</strong> <strong>parte</strong> <strong>do</strong> universo educacio<strong>na</strong>l.<br />
Diferentemente de outras teorias pedagógicas a<br />
Pedagogia Wal<strong>do</strong>rf se baseia fundamentalmente numa<br />
observação íntima <strong>do</strong> ser criança e tu<strong>do</strong> que se faz necessário<br />
de um mo<strong>do</strong> geral ao desenvolvimento infantil. Para atingir a<br />
formação <strong>do</strong> ser humano, seus pressupostos pretendem atuar<br />
no desenvolvimento físico, anímico e espiritual <strong>do</strong> aluno.<br />
Preza pela interação de seus alunos em uma realidade social<br />
e lida com fatos e situações concretas para dar significa<strong>do</strong><br />
ao que se faz, imbuí<strong>do</strong> num contexto real em que vive o<br />
aluno.<br />
Essa pedagogia tem como meta principal proporcio<strong>na</strong>r aos<br />
alunos o despertar harmonioso de todas as suas capacidades,<br />
seja <strong>na</strong> esfera física, emocio<strong>na</strong>l ou espiritual com vistas ao<br />
desenvolvimento integral. Por meio desse méto<strong>do</strong>, que vem<br />
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