na mesma casa, e ocorre sempre briga, briga, discussão...Não tem quem agüente né. Então tu vai terque se controlar, porque não dá de morar numa casa ficando irritada, tu tem que tentar se controlar,e pra isso tu tem que tentar mudar a forma que tu pensa, ou tentar controlar as tuas reações. Derepente numa discussão, tu pára e vai pra cozinha tomar um copo d’água, respirar mais fundo sabe.E tenta pensar: “É coisa da minha mãe, não é que eu faço tudo errado, é uma dificuldade dela”. Etem várias outras hipóteses. Por exemplo assim, tu pode pensar: “Minha mãe cresceu numa famíliaonde ela aprendeu a ter valores muito conservadores, ela é católica e segue a risca o que a Igrejaprega por acreditar ser o certo. Por acreditar que essa forma de pensar que é correta, e por quererque eu não sofra, ela age dessa forma. Tentando me controlar ela busca o meu bem, embora nãoperceba que faça o mal”. Já pensasse alguma vez dessa forma?G – Ela pensa que tem que ir pra Igreja pra se sentir mal. Eu acho maravilhoso quem vai pra Igrejae se sente melhor. Mas eu me sinto mal, acho ridículo...É chato.L – Eu sei que tu não gosta de Igreja, e que pra você o importante é ajudar as pessoas, e isso que é ocerto. Mas e se pra tua mãe, se ela cresceu assim, achando que dessa forma é o certo, ela sempre foidevota, sempre foi à missa, se ela acredita que as idéias que a Igreja prega são as corretas, ela vaitentar agir dessa forma contigo, ela não quer errar contigo. Então às vezes ela te critica, por quererser correta contigo. Ela tenta te controlar pra não querer que tu sofra depois. Ela pode pensar dessaforma, e embora tu penses diferente, pra ela não tem como ela mudar.Pra ela é o correto. Então, setu tentar relativizar, e não pensar: “Ah, minha mãe é uma chata, eu não aguento mais, que pensandoretrógrado o dela, etc”, Ela já tem 40 e poucos anos, tu ainda tem 16, é diferente né. Tu ainda taaprendendo, vai mudar bastante ainda, mas é diferente. Já pensasse dessa forma? Tentasse já na seirritar com ela tanto porque ela é assim, e falar: “Ah mãe, não é bem assim”, tentar baixar o tom devoz sabe, ou, “Mãe, vamos tentar conversar, a mãe se acalma, que eu também vou me acalmar, daídaqui a pouco a gente conversa”. É difícil?G – Mas é porque ela, ai eu não sei. É difícil. Porque ela diz que tudo ta errado. Aí falo o que eupenso daí ela começa: “Claro, eu que to errada”.L – E se tu falar: “Mãe, eu vou te escutar tudo, sem falar nada, e depois tu me escuta sem falarnada”?G – Mas ela vai fala.L – Daí tu fala: “Mãe, fica quieta um pouco...Vamos tentar conversar. Eu não sou mais criança, játenho 16, já vou fazer vestibular...”. Você tem que mostrar pra ela que você cresceu: “Mãe, eucresci já, e to te escutando, te respeitando, mas agora, por favor, tu também me respeites e meescute”. Tu já tem opinião formada né. Tens que mostrar que tu cuida de si mesmo. Tens quemostrar que tu tem os seus valores, tu sabe o que é correto ou não, que tu não vai sair por aí fazendocoisa sem princípio nenhum. Porque de certo, ela vê tanto na TV, jornais, etc, e pensa que tem quesegurar você pra mostrar o que é certo.G – Não sei. Interessante isso.L – Tu já tem 16 anos, já podes dar a tua opinião e ela dar a dela. Tu podes até elogiar ela, falar queela ta certa em algumas coisas, que tu não acha que ela ta errada em tudo.E mostrar que ela tem queperceber que tu não ta errada em tudo também. Tens que mostrar que tu és uma pessoa segura, quenão vais sair por aí fazendo tudo que é tipo de loucura. Mostrar que tu ta crescendo, indo em buscado que tu quer, e que tu não ta perdida. O medo dela deve ser esse.196
G – Aham.L – Mas como tu se sentiria a esse ultimo pensamento, do fato de ela querer ser correta com você, ofato de ser católica, etc?G – Eu ia querer ajudar ela.L – E se você pensasse: “Minha mãe pode ter crescido num ambiente em que sempre recebeucríticas, que nem você, e daí vocês acabam aprendendo a ter essa postura mais crítica mesmo emrelação ao mundo, logo, ela imagina que esse tipo de educação mais rígida dá certo, visto que hojeela é uma pessoa correta. Tendo medo de errar comigo, ela repete o padrão”. Ela quer mostrar pravocê como você deve ser, pra ser correta. No fundo, ela quer te mostrar o melhor jeito de tu seguirem frente e crescer.Como tu se sentiria?G – Ai, às vezes ela reclama das minhas roupas. E eu digo que eu não vou mudar as minhas roupas.Eu gosto dela tudo. Eu acho que pra ela tudo é errado. Outra coisa também, a primeira vez que eusai com 13 anos com uma vizinha, numa festinha americana. Ela deixou, depois disso ela me deixoua sair em 2 em 2 meses. Daí eu saia. Mas ela achava que eu não ia dar conta das coisas. Tem vezesque eu faço de manhã as coisas que tenho que fazer da noite, tipo, do curso, da aula, etc. Daí nofinal de semana, eu chego e to super cansada, queria ficar em casa descansando, mas eu saio pramostrar pra ela. Às vezes é assim. Uma vez ela disse que eu poderia sair um final de semana sim,outro não, porque senão eu não ia dar conta de fazer o que tinha que fazer. Só que eu sei o que euconsigo e o que eu não consigo. Agora ela chega e fala: “Esse tu sai, esse não”. Daí eu me sintopresa, eu odeio me sentir presa. Eu sei quando eu posso, quando eu quero, quando não posso...Àsvezes ela julga minhas amigas pelas mães delas. Se for separada, se vive indo e voltando com omarido, e meu pai é bem pior que ela. Ele fala: “Ah, com uma mãe dessa, a filha deve ser piorainda”. Às vezes minha mãe fala rindo, mas é sério o que ela fala. Aí eu tenho uma vizinha que eusaio, ela tem 14 anos, daí a mãe dela sabe dos lugares e tal. Daí minha mãe fica: “Ai, não, imagina,14 anos é muito nova, não pode, não sei o quê”. Sei lá, às vezes tem pessoas com 10 anos, e já coma cabeça formada. Sei lá, hoje em dia as pessoas tão amadurecendo cada dia mais cedo, ta maisrápido. Eu acho ridículo sabe.L – Aham.G – Até professores meus, que tem uns 20 e pouco anos, não conseguem se conformar, porque temalunos da 5ª série que já se acham adultos. Eles começam a ter mais professores, mais matérias, seacham mais adultos sabe. Eles se vestem como os irmãos mais velhos. E os professores se negamàquilo, é uma coisa ridícula. Ao mesmo tempo que eu quero escutar a opinião dos outros, eu queroao mesmo tempo, não tentar provar a minha, porque eu sei que posso mudar de opinião de uma horapra outra.L – Aham.G – Daí eu quero dizer pra mim mesma: “Eu tenho que defender minha idéia”, mas claro que não.Eu quero defender uma idéia na semana que vem, mas se for preciso defender uma outra na outrasemana, eu defendo. Eu não quero falar: “Viu como eu tava certa?”, não, se eu pensei daquelaforma, ah, beleza.L – Aham. Sempre revisando.G – É.197
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