P – É, com a minha mãe assim, eu até consigo, só que não sempre. Quando é uma coisa que eu achomuito nada a ver, daí eu não consigo. Mas o resto eu consigo.T – Você está tentando?P – Estou, tipo, do top eu não falei nada. Com minha irmã ta normal, às vezes sim às vezes não,com meu pai bem raro. Com esse meu amigo vou ter que dar um jeito.T – É assim mesmo, você está tentando. Tens que pensar em ti. Se os outros querem se estressar,deixa eles. Se os outros querem ficar discutindo por besteira, deixa eles. Agora você tem quecomeçar a pensar mais na tua saúde, porque é como aquilo que eu já te falei, você tende a iracumulando, acumulando, daí você começa a ficar estressada, daí mudam os hormônios, pode dargastrite, todos esses negócios. Então você tem que tentar se controlar. Respira fundo, e pensa: “Eunão vou discutir”, e tenta manter o controle.P – Esses dias de manhã eu também acordei, e eu não posso dormir de bruços de maneira alguma,porque eu coloquei piercing e não ta cicatrizado ainda. Daí não pode ficar mexendo, nada. Daí bemna hora de eu acordar, eu virei de bruços e acordei com a dor. Aí eu levantei, de mau humor pracaramba. Aí minha mãe vinha querer falar comigo, eu respondia, mas eu queria berrar pra ela pararde falar comigo por causa que eu tava com muita dor. Ela foi puxando papo de mais. (ri). Aí eufalei: “Olha mãe, eu acordei com dor na barriga por causa do piercing, e eu to morrendo de sono, eeu não quero discutir contigo, ai mãe, por favor”. Daí ela: “Ai, mas a gente não pode nem falarcontigo, não sei o que...”. Daí eu: “Mãe, não”.T – Daí ela parou?P – Aí ela falou alguma coisa, eu sai pra arrumar o meu cabelo e deixei.T – Tomasse a atitude certa. Não fosse agressiva com ela.P – Foi até engraçado (ri).T – É, foi o mais certo, não jogasse a agressividade nela.P – Foi engraçado, daí ela foi falando baixinho até que parou. Aí na hora de ir embora, eu saio antesdela de casa, porque meu curso é lá no Morro da Cruz, então demora um monte, aí ela foi passar amão no meu cabelo, e minha cartilagem da orelha também estava inflamada, daí eu: “Aaaaiiiii”.Normal também.T – E lembra que a gente tinha falado, você não chegou a ter uma conversa mais séria com tua mãesobre relação sexual, drogas? Não falasse algo mais especificamente?P – Não, porque eu terminei com o guri que eu tava ficando. Aí ela disse: “Porque quando você tacom o guri, você não trás ele aqui em casa, agora pra terminar, faz ele vir até aqui”. Mas até pareceque ele ia saber onde é que eu moro. A gente saia e eu voltava sozinha pra casa.T – E agora você não ta ficando com ninguém?P – Agora não, eu sai final de semana, fiquei com um guri, mas só.T – Mas algum interesse maior em alguém, você não tem no momento?208
P – Ah, tem um guri que eu acho lindo, que a gente vai se ver acho que na Páscoa. Eu acho, nãotenho certeza. A gente ficou uma vez já, e o achei uma pessoa hiper legal sabe. Porque pra mim,uma pessoa que eu acabo de conhecer, parece que eu conheço desde sempre, e sei lá, eu gosto disso.Eu gosto de conversar com ele, e eu quero ver ele. Só isso.T – Aham.P – Até esse final de semana eu nem vou sair, por incrível que pareça. Vou vender minha rifa para ocolégio e vou estudar. Vou ler, não vou sair não. Eu não quero sair, porque também final de semanapassado, eu sai sexta, sábado e domingo, e deixei de ficar em casa. Daí minha mãe fala que às vezeseu não dou bola pra eles. Aí esse final de semana eu vou tentar dar uma atenção pra ela.T – É legal isso.P – Porque senão depois ela fica falando que eu nunca saio pra eles, que eu só quero saber dos meusamigos.T – Daí no final de semana, fala pra ela que você deixou de ficar com os amigos, pra ficar com ela.Deixa isso bem claro pra ela, que você tem possibilidades e está tentando conciliar tudo. Mostra quevocê ficou em casa por ela mesmo, por querer ficar com ela. E com teu pai, você não anda maisdiscutindo?P – Ah, meu pai, “ush”. Eu só começo a discutir com ele quando ele começa a dizer que eu estouerrada, quando por exemplo eu brigo com minha irmã, e ele vem dizer que eu que to errada semsaber da história. Ele sempre vem brigar comigo, sempre é comigo.T – Aham.P – E quando ele chega em casa pra pedir alguma coisa, ele pede pra minha irmã. Se eu não to emcasa, ele pergunta pra minha irmã onde eu estou. Se eu estou arrumada na frente dele pra sair, elepergunta pra minha mãe aonde eu vou, ele não pergunta pra mim. Eu nunca pergunto pra ele, eununca digo aonde é que eu vou. Eu nunca pergunto pra ele se eu posso sair, porque ele é muitoignorante. Se eu for perguntar pra ele, ele nunca vai deixar. Se eu me mostrar dependente dele, elevai tirar a maior onda em cima de mim. Quando eu peço pra ele me levar em algum lugar, que émuito raro isso, ele nunca diz que vai levar. Ele só diz que vai levar depois de umas duas horas,depois de uma hora. Primeiro ele diz que não é pra eu ir, não sei mais o que, daí minha mãe pedepra ele me levar umas três vezes, daí ele leva. Mas ele fala, fala, fala, daí eu nem me estresso muitoviu.T – Você nunca teve alguma conversa mais séria com teu pai?P – Nem tem como acho.T – Você nunca pediu pra tua mãe falar alguma coisa pra ele? Às vezes ele pode pensar da mesmaforma que você: “Ah, eu nem vou falar nada com ela, porque se eu falar alguma coisa ela vai ficarreclamando”. Você reclama? Ou não?P – Reclamo, claro.T – Aham.209
- Page 1 and 2:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATAR
- Page 3 and 4:
ÍNDICEII. Apresentação..........
- Page 5 and 6:
1ª Sessão .......................
- Page 7 and 8:
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICAPara u
- Page 9 and 10:
RANGÉ (2001a) atenta para o fato d
- Page 11 and 12:
Basicamente a terapia cognitiva vis
- Page 13 and 14:
Os bons momentos em terapia, ainda
- Page 15 and 16:
REGRAS OU ESQUEMASRegras ou esquema
- Page 17 and 18:
Para Erikson, citado por MUUSS (196
- Page 19 and 20:
A capacidade de construir ideais e
- Page 21 and 22:
de interrompê-los (grupo incontrol
- Page 23 and 24:
situações futuras. Porém, o suje
- Page 25 and 26:
depressão. É importante, então,
- Page 27 and 28:
ambiente e apresentar reforçadores
- Page 29 and 30:
são de natureza interpessoal.3. Um
- Page 31 and 32:
TAREFAS DE CASAUm aspecto central d
- Page 33 and 34:
nas situações de alto risco para
- Page 35 and 36:
o critério para apresentar o estí
- Page 37 and 38:
Os casos “G.D.B” e “M”, par
- Page 39 and 40:
conseguirá desempenhar bem uma tar
- Page 41 and 42:
A paciente, ao longo das sessões,
- Page 43 and 44:
conhecida no ônibus, embora não t
- Page 45 and 46:
Diz que atualmente tenta não chora
- Page 47 and 48:
Ter medo de que os outros não a ac
- Page 49 and 50:
aprenda a acreditar nas suas crenç
- Page 51 and 52:
2.Domingo3.Segunda4.Ontem(finaldeju
- Page 53 and 54:
melhor amigo, o único parceiro de
- Page 55 and 56:
mais vontade de ser amiga de pessoa
- Page 57 and 58:
contextos em que C percebe serem ma
- Page 59 and 60:
eforçamento positivo para a pacien
- Page 61 and 62:
que sempre sente dificuldade em ped
- Page 63 and 64:
lembrança da foto? Como lidar? Que
- Page 65 and 66:
amigos”. A estagiária pediu que
- Page 67 and 68:
Dos 5 itens referentes à Medo da d
- Page 69 and 70:
- Medo de expressar sentimentos pos
- Page 71 and 72:
C disse que no último sábado que
- Page 73 and 74:
sexuais).6 Falar com o pai quando e
- Page 75 and 76:
de C (quem cede mais na relação?)
- Page 77 and 78:
percebeu muito isso, e o próprio n
- Page 79 and 80:
sua sala, e que, por C ter começad
- Page 81 and 82:
7ª SESSÃO “C” (22/09/2005)Obj
- Page 83 and 84:
e aumentar o repertório comportame
- Page 85 and 86:
O namorado poderá não ir algum fi
- Page 87 and 88:
naquele dia ele iria dormir sozinho
- Page 89 and 90:
namorados, por exemplo. C disse que
- Page 91 and 92:
Sábado em Raivacasa. Estou Vontade
- Page 93 and 94:
A estagiária, de acordo com os enc
- Page 95 and 96:
gostariam de ter filhas como suas p
- Page 97 and 98:
A estagiária então pediu que C co
- Page 99 and 100:
conseguido conversar com a irmã (
- Page 101 and 102:
ela não iria contar a verdade, mas
- Page 103 and 104:
12º SESSÃO “C” (03/11/2005)Ob
- Page 105 and 106:
- Shampoos, cortes de cabelo, roupa
- Page 107 and 108:
mesmo. Analisar junto à paciente,
- Page 109 and 110:
A paciente relatou que todas as noi
- Page 111 and 112:
Encaminhamentos: Questionar pensame
- Page 113 and 114:
Encaminhamentos: Verificar a situa
- Page 115 and 116:
conversas, assim como se obrigará
- Page 117 and 118:
variadas situações. Porém, perce
- Page 119 and 120:
pensamento para ver o que acontece
- Page 121 and 122:
mais o mesmo na semana seguinte, fa
- Page 123 and 124:
de briga com a mãe. Perguntou aind
- Page 125 and 126:
2ª SESSÃO “G” (08/03/2005)Obj
- Page 127 and 128:
a cliente sempre fala, de que a mã
- Page 129 and 130:
Quando a estagiária demonstrou que
- Page 131 and 132:
A paciente disse não querer casar
- Page 133 and 134:
pai pare de tentar irritá-la. A pa
- Page 135 and 136:
não sou de mentir, eu pensei que s
- Page 137 and 138:
Com isso a paciente percebeu que po
- Page 139 and 140:
Através das primeiras sessões já
- Page 141 and 142:
De maneira geral observou-se que a
- Page 144 and 145:
A estagiária procurou fazer uma ve
- Page 146 and 147:
epertório comportamental, visto qu
- Page 148 and 149:
dura mais que poucos minutos. Como
- Page 150 and 151:
amizades se formam aos poucos. S di
- Page 152 and 153:
Discussão: A paciente percebeu que
- Page 154 and 155:
Discussão: Provavelmente os amigos
- Page 156 and 157:
Discussão: Como uma adolescente, o
- Page 158 and 159: distribuem os choros durante o dia
- Page 160 and 161: à situação em que seu amigo a ch
- Page 162 and 163: conteúdo com os amigos. S afirmou,
- Page 164 and 165: 1ª SESSÃO “G.D.B” (26/04/2005
- Page 166 and 167: Ainda, o paciente passou 1 ano e 9
- Page 168 and 169: gradualmente, o paciente poderá pr
- Page 170 and 171: 1 falta justificadaDepois de entrad
- Page 172 and 173: Atualmente ele e sua família moram
- Page 174 and 175: perda de sua casa, quando apesar de
- Page 176 and 177: que deverão ser questionados e tra
- Page 178 and 179: X. CONSIDERAÇÕES FINAISA partir d
- Page 180 and 181: XI. REFERÊNCIAS BUBLIOGRÁFICASBEC
- Page 182 and 183: XII. ANEXOSESSÕES TRANSCRITAS REFE
- Page 184 and 185: P - Principalmente ele. Ele é adot
- Page 186 and 187: T - Se fosse pra você me dizer, nu
- Page 188 and 189: P - Eu queria que isso acabasse sab
- Page 190 and 191: L - Foi fácil fazer? O que tu acho
- Page 192 and 193: L - É?G - Porque minha mãe que co
- Page 194 and 195: G - Aí agora ela ta boa, daqui uns
- Page 196 and 197: na mesma casa, e ocorre sempre brig
- Page 198 and 199: L - Daí lá na sala eles fizeram u
- Page 200 and 201: L - E se tu passasse a conversar co
- Page 202 and 203: L - Então ta, fica o mesmo horári
- Page 204 and 205: T - É?P - Tudo. Ele é bem tolo.T
- Page 206 and 207: "Ah, mas tu não tens consideraçã
- Page 210 and 211: P - Só que aí eu nem pergunto nad
- Page 212 and 213: T - Mas é que também muitas mulhe
- Page 214 and 215: P - Eu acho que devo primeiro resol
- Page 216 and 217: P - Não, minha mãe falou que quem
- Page 218 and 219: T - Ele então não tem mais te irr
- Page 220 and 221: T - É, acho interessante você fal
- Page 222 and 223: daí eu falo: “Ah mãe, mas isso
- Page 224 and 225: T - Que bom que você admite que qu
- Page 226 and 227: T - Então, sobre toda essa situaç
- Page 228 and 229: T - Aham.P - É que eu demoro basta
- Page 230 and 231: T - E você falou isso pra ela? Que
- Page 232 and 233: T - E não teria como você usar o
- Page 234 and 235: T - Então (ri). É pior que o teu
- Page 236: P - Aí esses dias eu falei pra min