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AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

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104A comunidade científica que directa e indirectamente se ocupa da natureza dalinguagem aceita hoje, como incontroversa, a existência de uma série de capacidadeshumanas, inatas e diferentes das demais capacidades cognitivas, que estão na base dautilização das línguas, capacidades essas que constituem, como diz Chomsky (1996,p.20)um tipo de organização intelectual única que não pode ser atribuída a órgãos periféricosnem à inteligência geral e que se manifesta no que podemos chamar o “aspecto criador”da utilização normal da linguagem.Esta ‘faculdade da linguagem’ e a sua capacidade foi já há vários séculoslargamente discutida por Descartes no Discurso do Método.Lembrem-se as palavrascom que diferencia os homens dos animais na base da utilização da linguagem:[Porque] é uma coisa digna de nota o não haver homens, tão embrutecidos e tãoestúpidos, sem exceptuar mesmo os loucos, que não são sejam capazes de combinarvárias palavras e de compor com elas um discurso que lhes permita exprimir os seuspensamentos; o que não acontece com enhum outro animal, por muito perfeito ou bemgerado que tenha sido(DESCARTES, 1961,P.68).Esta faculdade universal está na base da aquisição da linguagem e supõe quea criança, ao nascer, seja detentora de um programa que lhe permita adquirir, nosprimeiros anos de vida e com assombrosa rapidez, espontaneamente e sem ensinoformal, os sons, o vocabulário e os processos de construção de palavras e frases dalíngua falada na comunidade que a rodeia. Esta rápida aquisição a língua materna, quese processa em contacto com dados lingüísticos não especificamente dirigidos para aaprendizagem, ainda é mais espantosa se considerarmos que uma língua natural é umsistema altamente complexo e especializado, complexidade que se verifica e qualquerlíngua do mundo. Note-se o que diz Pinker(1995, p.27) a este propósito, nessa luminosae penetrante obra denominada The language instinct:As invenções culturais variam largamente na sua sofisticação de sociedade parasociedade.[...] Alguns grupos contam fazendo entalhes em ossos e cozinhamem fogos que acendem com paus afiados, outros usam computadores e fornosde microondas. A linguagem, porém, destrói esta correlação. Existem

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