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AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

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106Ao falarmos pomos, assim, em acção este complexo sistema, servindo-nos doque Duarte (2000 a,p.110) chama a engenharia do uso da língua. Essa engenharia ésuportada pelas propriedades caracterizadoras das línguas:• uma combinatória de elementos discretos,• a recursividade,• uma estrutura hierárquica,• categorias.Estas propriedades são sintomatizadas segundo SIM-SIM e Ferraz (1997,p.16-17) por alguns tipos de fenômenos: os constituintes descontínuos – como porexemplo na frase ‘prefiro falar de lingüística do que discorrer sobre metafísica’ em queé necessário reter o primeiro membro da frase para o relacionar com o segundo -, asdependências de longa distância – como ‘a língua que eu falo é a portuguesa’ em que épreciso reconhecer a relação entre o nome substituído por que e o verbo falar – e aambigüidade estrutural – como em ‘eu trouxe comigo um livro do Chomsky’ que podeser interpretado como ‘um livro que pertence ao Chomsky’ ou ‘um livro cujo autor éChomsky’.As referidas propriedades – elementos discretos, recursividade, estruturahierárquica e categorias – e os processos lingüísticos que acabo de mencionar – osconstituintes descontínuos, as dependências de longa distância e a ambigüidade –possibilitam a utilização criativa da língua em todos os níveis: fonológico, morfológico,sintáctico, lexical, semântico e pragmático. Quando falo em criatividade não estou areferir-me à criação literária, artística por natureza e, portanto, reservada apenas aalguns. A criatividade a que me refiro é outra, é própria de qualquer língua e é posta emacção por todos nós em cada momento quando falamos – na criação de novas palavras e

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