AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

72Pode-se inferir, ainda, que outro aspecto que demonstra ter chamado aatenção do S2, foram os dados estatísticos, pois parece (a partir de minhas experiências)que estes dados tendem a atrair o interesse dos profissionais da área de saúde, nestecaso, um fonoaudiólogo.No que se refere à leitura como prática discursiva (CLPD) os dados nospossibilitam perceber que o S2, embora mencione o termo artigo, não faz nenhumcomentário que nos permita afirmar que possui conhecimento mais consistente sobreesse gênero do meio acadêmico. Pelo contrário, quando questionado sobre que tipo degênero o texto está investido, S2 responde:Eu não sei fazer uma classificação assim por gênero, eu não saberia nestemomento tá pontuando [...] [S2, anexo C, l. 299 – 300]Isto nos leva a inferir que provavelmente o S2 tende a nomear o texto comoartigo apenas pelo fato de estar circulando em um periódico científico; ele nãoavalia/questiona o rigor que este gênero requer, se o texto é claro e coerente comreferência à definição do seu objeto de estudo, se as informações e a base de dados sãoconfiáveis, se traz contribuição relevante e se a articulista conduz as discussões com origor exigido por este gênero.Com relação aos objetivos de leitura, os dados revelam que o S2 acredita teralcançado os objetivos de leitura quando, no texto, a articulista apresenta odetalhamento dos elementos que indicam que uma criança está sendo vítima de abusosexual, ou como ela pode falar que está sendo vítima, o que é possível constatar quandoele, durante o protocolo, assim se manifesta:Então, eu acho que eu busquei neste texto foi ter um pouquinho mais deinformação sobre aqueles elementos que podem denunciar que uma criança tásendo vítima de abuso, acho que foi exatamente isso. Acho até que por issoque me chamou a atenção, como foi bem detalhado isso né pra mim acabousendo extremamente importante, eu acho que eu busquei exatamente isso.[S2, Anexo C, l. 284 – 288].