AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

18contemplam a perspectiva do leitor, enfocando o contexto em que o sujeito atua e asmudanças provocadas pela sua atuação.Esse processo de transação caracteriza-se por causar mudanças em todos oselementos envolvidos. Muda o autor na medida em que vai lendo e mudatambém o texto, tanto durante a escrita como durante a leitura. O texto, emoutras palavras, é construído não só pelo autor ao produzi-lo, mas tambémpelo leitor ao lê-lo (idem, p. 29).Nesta abordagem, o processo de leitura não é algo solto/isolado, mas umaação que ocorre num contexto globalizado, onde o leitor interage dialeticamente com oautor por meio do texto, intencionalmente e a partir de um contexto específico.No que tange à teoria da compensação, o princípio básico é o de que osconhecimentos envolvidos no processo da leitura (lexical, semântico, sintático, textual,enciclopédico, etc.) interagem entre si, mas com pesos diferenciados, ou seja, havendodeficiência em uma dessas fontes, ela pode ser compensada pela proficiência em outra,permitindo ao leitor, por inferência, acessar o significado. Porém, nessa explicação, oprocesso de leitura exige um patamar mínimo de proficiência geral, pois, caso contrário,o processo de inferência não ocorre, e o leitor não consegue avançar na leitura.Dentro da perspectiva interacional, Leffa apresenta, ainda, o paradigmasocial, o que mais interessa para este trabalho. É no contexto social que, pela via dasinterações, temos acesso às convenções de linguagem, aprendemos e construímospráticas discursivas e formamos nossa identidade.O paradigma social de leitura tem base no processo de interação que ocorreem um meio social específico (ou comunidade discursiva). Neste caso, tanto a leituraquanto a escritura são vistas como práticas desenvolvidas nas comunidades discursivas,mediante as especificações presentes neste contexto interacional.