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91protocolos) não percebeu que o texto, por estar discutindo a partir de uma abordagemgerativista, está situado numa perspectiva pouco aceita para o ensino e distante dotrabalho com gêneros, o que revela a não entrada do sujeito leitor no texto, no mundo doescritor. O S1 reconhece que não entendeu bem o texto, que haveria necessidade dereleitura, mas não detecta onde sua compreensão falhou, ficando sua leitura ligada aosaspectos superficiais do texto. Na perspectiva de Swales, pode-se dizer que este sujeito(pelo menos em relação ao que demonstra neste episódio de leitura) está fora dacomunidade discursiva, o que para Maturana significa estar desacoplado na suaontogênese em relação ao meio-artigo.Sujeito 2: O sujeito 2 teve uma alta taxa de compreensão, mas não seposicionou criticamente em relação às inadequações do texto e seu conteúdo em termosdo rigor científico que este gênero do meio acadêmico requer. Quanto ao seu processode leitura, conforme constatado no protocolo, existem vários pontos de convergênciaentre os quadros 11 e 12 (Quadro 11: resumo ideal do texto lido versus Quadro 12:comentário do S2 sobre o conteúdo do texto), o que revela apreensão das informaçõescentrais do tópico, tanto no plano periférico, quanto central. O sujeito apreendeu oconteúdo central do texto, houve um encontro entre os dois mundos (do leitor e doescritor) e isto é verificado em vários momentos, tanto durante o seu protocolo quantodurante a entrevista. Porém, o S2 não se posiciona criticamente em relação à práticadiscursiva, inclusive dizendo não saber “fazer uma classificação” com relação aogênero, o que se considera, aqui, uma conseqüência da não familiaridade do S2 com omesmo.Sujeito 3: No episódio de leitura do sujeito 3, ficou explícito o encontroentre os mundos do S3 e do escritor. Mas, com relação à especificidade deste gênero, S3não questiona a validade das informações, sua fonte e rigor científico. Pelo contrário,