AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

15rede complexa de explicações. Muitos estudos têm sido realizados nesta área, pondo emcena também muitas explicações para a leitura. Pretendo, aqui, numa visão panorâmica etendo por base os trabalhos de LEFFA (1999) e KATO (1999), discorrer brevemente sobretais explicações.Para este trabalho, será tomada como base a classificação proposta por Leffa(1999), uma vez que este autor inclui, em sua retrospectiva da área, uma perspectiva social ediscursiva da leitura. Leffa, de modo tradicional, divide o campo em três perspectivas: a) aabordagem ascendente, que vê o acesso ao sentido como um processo de extração a partirdo texto; b) a abordagem descendente, que privilegia o conhecimento do leitor como oaspecto principal do processo de leitura; e c) a abordagem interacional, que caracteriza aleitura como um processo relacional entre leitor e texto. A novidade dessa retrospectiva vaiestar justamente no modo como o autor explica a terceira abordagem, dividindo-a em:paradigma psicolingüístico e paradigma social. Tendo essas guias gerais estabelecidas,passo a uma pormenorização de cada uma delas. Contudo, como o objetivo desta exposiçãoé o de localizar o leitor, só recorrerei a literatura mais especializada quando o tema for deinteresse central para a presente pesquisa (caso, por exemplo, do modelo interacionista e,mais especificamente, do paradigma social).A abordagem ascendente, 1 historicamente a primeira abordagem psicológica dotema, explica a leitura como um processo onde o sentido flui do texto para o leitor. Nela, ofoco central é o próprio texto, ao que Leffa a denomina a “perspectiva do texto”. Diz ele(1999, p. 18): “O aspecto mais importante da leitura, nesta perspectiva textual, é a obtençãodaquilo que subjaz ao texto. O conteúdo não está no leitor, nem na comunidade, mas no1 De acordo com Leffa este modelo esteve no auge mais especificamente nas décadas de 50 e 60, nosEstados Unidos.