AUTOR DA DISSERTAÇÃO - Unisul

24Rodrigues (no prelo) quanto na de Aranha (1996), o fato de estas frisarem que Swalesformula sua definição de gênero sempre tendo muito presente o processo de ensino. Para seintegrar a uma comunidade discursiva o sujeito necessita incorporar umalinguagem/discurso daquela comunidade (que é um contexto específico) e isto pode servisto como uma forma de aprendizagem dinâmica e situada.A noção de comunidade discursiva é empregada por professores epesquisadores que têm a visão de produção de texto como sendo umaatividade social, realizada por comunidades que têm convenções específicas epara as quais o discurso faz parte de seu comportamento social. Dentro dessavisão, com a qual Swales se afina, o discurso é a expressão do conhecimentodo grupo. As convenções discursivas são o meio para a iniciação de membrosnovos na comunidade, isto é, os novatos são levados a usar de formaapropriada as convenções discursivas reconhecidas pela comunidade.(HEMAIS e BIASI-RODRIGUES, no prelo)Aproveito esta citação para explicar o que estou entendendo por discurso epráticas discursivas neste trabalho. Estou partindo da conceituação de Fairclough(1992). Para este autor, discurso é “[...] um modo de ação, uma forma em que as pessoaspodem agir sobre o mundo e especialmente sobre os outros, como também um modo derepresentação” (p. 91). O discurso, nessa perspectiva, contribui para a constituição das“identidades sociais” ou “posições de sujeito” ou “tipos de ‘eu’” e para construir asrelações entre as pessoas.A prática discursiva, propõe Fairclough (1992, p. 106), diz respeito, demodo geral, “[...] aos processos de produção, distribuição e consumo textual [...]”. Estaspráticas variam consideravelmente em diferentes tipos de discurso, de acordo com osfatores sociais que lhes são próprios. No caso da presente dissertação, a leitura do artigocientífico está sendo entendida, de acordo com este conceito, como uma práticadiscursiva.