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jan. jun. 2012 - Ipea

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Crise dos Alimentos e Estratégias para a Redução do Desperdício no Contexto de uma Política...111causal entre perdas e subsequente desperdício – por exemplo, produtos danificadosque se deterioram biologicamente –, o desperdício é essencialmente fenômenodecorrente da não realização do consumo dos produtos cuja oferta chegou até aesfera da distribuição – atacado, varejo ou aquisição domiciliar.O aproveitamento de alimentos não utilizados comercialmente poderia seruma solução eficaz para a resolução dos problemas emergenciais que o mundoenfrenta por conta da fome. Em teoria, tanto os produtores como os consumidoresse beneficiariam desses esquemas. Os primeiros poderiam garantir a qualidadedo produto comercializado sem que os excedentes não vendáveis derrubassem ospreços praticados e sem que os custos de descarte de produtos fora dos padrõesde conformidade pudessem pressionar as margens. Os consumidores, por suavez, poderiam se beneficiar com a boa qualidade do produto e possivelmente compreços mais baixos. Já os consumidores que hoje estão à margem do mercadoteriam acesso a uma alimentação de qualidade, atendendo emergencialmente assuas necessidades.O combate ao desperdício de alimentos é um dos focos principais da atuaçãode iniciativas conhecidas como Bancos de Alimentos, destinadas a recolher, pormeio de doações, selecionar e encaminhar alimentos para o consumo humano,comunitário ou individual, por intermédio de aparato logístico ágil. O primeiroprojeto reconhecido de banco de alimentos com estas características surge comoiniciativa comunitária em 1967, em Phoenix (Estados Unidos).O que distingue essas iniciativas dos projetos filantrópicos de distribuiçãode alimentos é o combate ao desperdício via estrutura logística baseada na agilidade,calcada em uma rede de cooperação societária que articula diversos segmentosda sociedade para a doação de bens e serviços orientados à distribuiçãode alimentos para organizações ou famílias necessitadas. Tal iniciativa se difundiuprimeiramente nos países desenvolvidos, onde a escala de desperdício é proporcionalà abundância, para depois ser adotada de forma disseminada no mundo.Surgidos como iniciativa comunitária, os projetos de Bancos de Alimentosnos países desenvolvidos são basicamente iniciativas públicas não governamentais.Aos governos nacionais coube essencialmente o papel de garantir um ambienteinstitucional que favorecesse os processos de doação tanto do ponto devista tributário como de responsabilidade civil (como as conhecidas leis do “BomSamaritano”, que existem em vários países), aspecto favorecido pela criação deredes nacionais de Bancos de Alimentos.No Brasil este “movimento” social surge como iniciativa não governamentalnos anos 1990 e a partir de 2003 é incorporado como objeto de políticas públicasde segurança alimentar e nutricional. Uma das peculiaridades do caso brasileiro édada pela coexistência de dois formatos organizacionais de Bancos de Alimentos,

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