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jan. jun. 2012 - Ipea

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246planejamento e políticas públicas | ppp | n. 38 | <strong>jan</strong>./<strong>jun</strong>. <strong>2012</strong>Entretanto, a difícil situação dos assentados do PCT se deveu a uma sériede fatores, sendo o baixo nível de investimentos produtivos apenas um deles.A escassez de recursos naturais em diversas áreas também impôs restrições à produçãoagrícola, fato este que dificultou a melhoria socioeconômica das famíliasassentadas. Além disso, o programa careceu de estrutura de governança capaz deselecionar áreas sustentáveis, combinada à provisão de infraestrutura adequadaao estímulo da produção a níveis maiores do que a agricultura de subsistência.Tal estrutura de governança fundava-se exclusivamente na aquisição de lotes quese enquadravam no limite de aproximadamente US$ 11.200,00 por família, sujeitaa aprovação por uma unidade técnica estadual subordinada ao MDA.Portanto, a disponibilidade de crédito do PCT não foi, por si só, soluçãosustentável para a pobreza nos territórios rurais investigados por pelo menos trêsrazões principais: i) o volume de recursos associados ao PCT não foi suficientepara consolidar empreendimentos agropecuários em larga escala; ii) a renda familiarmédia esteve abaixo do mínimo necessário ao pagamento mensal dos lotesadquiridos e, simultaneamente, à realização de investimentos produtivos; iii) issofoi particularmente válido para assentamentos localizados em áreas que demandavaminvestimentos substanciais tendo em vista suprirem a insuficiência de recursosnaturais e a infraestrutura ausente ou inadequada. Mais significativamente,esses problemas decorreram da falta de coordenação estratégica para inserção doprograma nas políticas mais abrangentes de desenvolvimento regional.Em suma, a reforma agrária de mercado facilitou o acesso à terra, mas nãoeliminou as barreiras ao crescimento sustentável, especialmente nas áreas menosprivilegiadas do Nordeste. A modalidade tradicional, por sua vez, parece ter sidomais eficiente na melhoria dos índices de qualidade de vida, embora não tenhareduzido significativamente a pobreza rural. Ademais, não houve suficiente planejamentode ambas as modalidades do ponto de vista regional, o que, como serádiscutido em detalhe, poderia ter conduzido as áreas beneficiadas a taxas maisaltas de crescimento socioeconômico.3 MECANISMOS DE PLANEJAMENTO E INTERAÇÃO INTERGOVERNAMENTALEmbora as estruturas de governança do PCT e dos projetos do Incra previssemsetores responsáveis para coordenar e monitorar a implantação de assentamentos,além de supervisionar seus resultados, tais estruturas não dispuseram de estratégiasdefinidas de planejamento regional, de modo que deficiências de coordenaçãoforam observadas entre as agências federais responsáveis pelos programase os governos subnacionais. De maneira geral, houve pouca ou nenhuma açãocon<strong>jun</strong>ta entre os três níveis de governo na mobilização de recursos para a implantaçãode assentamentos em áreas sustentáveis da região devido, em grande

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