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jan. jun. 2012 - Ipea

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252planejamento e políticas públicas | ppp | n. 38 | <strong>jan</strong>./<strong>jun</strong>. <strong>2012</strong>socioeconômico dos assentados é, então, a adoção de política fundiária voltadapara o aprimoramento da competitividade de sua produção no mercado agropecuário.Nesse desiderato, o papel crucial do Estado é incitar a competitividade daagricultura familiar. Um método sugerido por Chan e Clark (1994) é munir ospequenos produtores dos meios de negociação adequados, canalizando investimentosprodutivos para atividades lucrativas e competitivas.Outro fator considerado vital no estudo foi a acessibilidade à rede de serviçospúblicos que alcança a maioria dos assentamentos na região, visto que acondição de vida das famílias assentadas é ostensivamente precária. A inexistênciaou baixa qualidade da estrutura de serviços nos – ou próximo aos – assentamentos(por exemplo, postos de saúde ruins ou inexistentes para 73% dos respondentes;escolas ruins ou inexistentes para 87%) dá indicação da carência de investimentosassociados às estratégias de reforma. Por um lado, respostas a essas necessidadesexigem investimentos de capital multissetoriais, de forma a causarem impactosna variedade de deficiências identificadas nas áreas. Por outro, estratégias isoladas– ou separadas entre si – com vista à provisão de serviços públicos básicos àscomunidades rurais tendem a consumir volumes mais expressivos de recursosorçamentários. Isso porque um con<strong>jun</strong>to complexo de arranjos institucionais serianecessário à coordenação dos setores governamentais envolvidos na provisãodesses serviços em localidades geograficamente distintas (IKEYA, 2003).Disso decorre que eventual maximização de investimentos de capital nasestratégias de reforma agrária exige serem tomados em conta os indicadores desustentabilidade das áreas definidas como prioritárias. Ou seja, as possíveis opçõesde política devem ser confrontadas com base nos impactos positivos esperados naquelasáreas, incluindo seus riscos potenciais e externalidades negativas. Diversosmodelos têm sido desenvolvidos na literatura com vista à otimização de recursosna provisão regional de serviços públicos, por exemplo, o desenvolvido por Roberts(2003) para a identificação de prioridades no meio rural. O autor utilizatécnicas de quantificação da relevância comparativa de diversos elementos, entre osquais as características demográficas da região e a extensão dos serviços públicos àdisposição da população rural. Para Felderer (1975), a alocação ótima de recursosdepende não apenas do equilíbrio entre oferta e demanda de serviços, mas principalmenteda criação de uma estrutura de tomadas de decisão de âmbito regional.Em outras palavras, o critério de otimização de recursos sugere a adoção deum portfólio de prioridades para o gasto público associado às políticas de reformaagrária, por meio do qual se destinem investimentos a setores mais críticos,tais como o financiamento de projetos infraestruturais. A coerência deste segundoportfólio com o de áreas prioritárias exige a ação de mecanismos de articulação emníveis superiores de planejamento, como os conselhos regionais sugeridos na figura1, dado que um único território rural poderá conter múltiplas áreas prioritárias.

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