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jan. jun. 2012 - Ipea

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126planejamento e políticas públicas | ppp | n. 38 | <strong>jan</strong>./<strong>jun</strong>. <strong>2012</strong>os parceiros, a clareza sobre os ganhos pessoais e institucionais advindos da articulação,condições estas consideradas essenciais para a adoção de cadastro únicode beneficiários entre os bancos.De acordo com Granovetter (1985), as relações sociais, mais do que dispositivosinstitucionais ou de moralidade generalizada, são as principais responsáveispela produção de confiança nas interações. No caso específico da rede de Bancosde Alimentos, por um lado, o aspecto da confiança decorre do aumento da coesãoentre os parceiros, que favorece, assim, as trocas sistemáticas especialmente sobrea operacionalização do programa.Por outro lado, alguns outros aspectos favoreceram a articulação dos bancosem rede. Partindo do pressuposto que se mede a força do laço interpessoal a partirde uma combinação de quantidade de tempo que as pessoas passam <strong>jun</strong>tas, de intensidadeemocional, de intimidade e confiança mútua e, finalmente, de serviçosrecíprocos prestados (GRANOVETTER, 1983), vale destacar que o grupo integranteda rede passou a manter encontros regulares e com número representativode pessoas, que permitiram maior proximidade entre os integrantes, bem comoo compartilhamento de ações relacionadas especialmente à operacionalização dosBancos de Alimentos. Esta ação articulada resultou em certa padronização doprograma, sem perder de vista as demandas específicas de cada município.Para a compreensão de como se deu, empiricamente, esse processo, algunsfatores foram preponderantes na construção da rede de Bancos de Alimentos naRMBH: i) entrada de novos bancos e coordenadores que demandava trocar ecompartilhar experiências sobre o processo operacional do programa; ii) simetriade poder entre os participantes da rede, formada por profissionais técnicos dosBancos de Alimentos, não havendo interesses políticos diretos nesta articulação;iii) sistematização das reuniões gerais da rede, com rodízio dos locais de reuniãoentre os bancos, propiciando a aproximação entre os atores e o conhecimento darealidade dos demais programas; iv) formação de grupos operativos para discussãode temas específicos; v) autonomia dos coordenadores quanto às tomadas dedecisões operacionais do banco de alimentos; e vi) ganhos políticos indiretos dosatores integrantes da rede, resultando em maior capacidade de convencimentodas necessidades dos BA locais <strong>jun</strong>to aos dirigentes públicos.Nesse sentido, a presença de uma organização externa, em programa deextensão universitária, como mediadora dos encontros, viabilizou produção científicasobre o tema, realizou ações de educação à saúde nas entidades beneficiadase elaborou proposta de avaliação do programa Banco de Alimentos.De uma forma geral, o estreitamento dos contatos entre os integrantes darede favoreceu o aumento da confiança entre os atores, e consequentemente, aintensificação das trocas de informações técnico-operacionais sobre o programa.

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