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jan. jun. 2012 - Ipea

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128planejamento e políticas públicas | ppp | n. 38 | <strong>jan</strong>./<strong>jun</strong>. <strong>2012</strong>coleta urbana de gêneros alimentícios. A consolidação da rede metropolitana deBanco de Alimentos, uma iniciativa local, demonstra a viabilidade da cooperaçãoentre o poder público, os programas não governamentais de distribuição dealimentos e instituições de ensino superior. Esta experiência, embora ainda focalizada,demonstra o potencial de organização e parceria das agências locais para ofortalecimento dos programas de segurança alimentar.Um estudo realizado por Maria Alice Costa (2003) sobre a construção depolítica sociais em uma comunidade organizada concluiu que(...) quando o Estado passa de ator regulador da interação social a indutor e/oumobilizador de capital social, ligando cidadãos e articulando-se a um con<strong>jun</strong>to de relaçõesque ultrapassam a divisão público-privado, ele aumenta a sua eficácia governamentale cria um círculo virtuoso de mudança institucional. (COSTA, 2003, p. 11).Esta observação pode ser transposta de forma elucidativa para descrever novasagendas do poder público em relação ao movimento de consolidação dosBancos de Alimentos. É evidente que há muito que fazer em termos de aprimoramentoda legislação brasileira com respeito às doações de alimentos, mas tambémé claro que os Bancos de Alimentos no Brasil precisam avançar para um formatomais moderno e eficiente para o desenvolvimento de suas operações.6 CONSIDERAÇÕES FINAISTendo em vista o grande volume de perdas e o desperdício de alimentos noBrasil em todas as etapas da produção ao consumo, e considerando tambéma permanência de graves problemas sociais relativos ao acesso restrito aoalimento, o programa Banco de Alimentos situa-se como iniciativa pública,não necessariamente estatal, de redistribuição de alimentos, a partir doaproveitamento de produtos que perderam o seu valor comercial, mas quemantêm as propriedades nutritivas.No momento em que o mundo discute o problema da crise dos alimentos,com altas expressivas de preços, os Bancos de Alimentos se apresentam comoalternativa eficiente para o atendimento de enorme contingente de famílias eentidades beneficentes que lidam com público em situação de vulnerabilidadesocial. Ademais o aproveitamento daquilo que se considera como sobras é umanecessidade imposta pelos limites dados pelo meio ambiente. Por meio de açõesde racionalização na cadeia produtiva e do aproveitamento dessas sobras é possívelampliar o acesso aos alimentos, desenvolvendo um leque de soluções que possa irmais além da única alternativa apresentada hoje que se resume na necessidade deuma nova revolução produtiva como resposta para a alta acentuada dos preços dosalimentos que se iniciou na última década.

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