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Revista Elas por elas 2014

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Olhar revelador<br />

Com o olhar de militante, ela rodou<br />

o país e o mundo atrás das marchas,<br />

manifestações e conferências das mulheres,<br />

como o 8º Encontro Nacional<br />

Feminista, em 1989, em Bertioga, no<br />

litoral de São Paulo, onde fez a primeira<br />

cobertura de movimentos feministas e<br />

registrou o banho de mar de ativistas<br />

nuas, uma das fotos que mais a marcou<br />

até hoje. “Nesse dia estava gripada,<br />

com febre, e algumas pessoas me avisaram<br />

que havia mulheres nuas tomando<br />

banho de mar. Levantei-me da cama,<br />

com muito custo, e fui registrar. Acho<br />

que foi marcante pelo espírito libertário<br />

naquela época”, recorda a fotógrafa,<br />

que também coordena o Centro de<br />

Atividades Culturais, Econômicas e Sociais<br />

(Caces), uma organização não governamental<br />

com o objetivo de combater<br />

desigualdades e estimular a equidade<br />

de gênero, raça e etnia.<br />

Os registros dela resultaram no livro<br />

Mulheres e Movimentos, que reúne<br />

260 imagens em preto e branco, do<br />

período entre 1989 e 2002, e escolhidas<br />

de um acervo de mais de quatro mil<br />

fotos, a maioria d<strong>elas</strong> feitas em uma<br />

época em que não havia a facilidade<br />

das câmeras digitais. “Sempre estive<br />

nesses espaços e descobri que tinha<br />

reunido material suficiente e abrangente<br />

para fazer o livro; me sentia guardiã<br />

dessa memória. Então todo o meu trabalho<br />

é de documentação e preservação<br />

da memória das mulheres nos movimentos<br />

sociais”, comenta Ferreira, que<br />

atualmente está envolvida na elaboração<br />

de outra obra com imagens e textos<br />

documentais sobre a Marcha das Margaridas,<br />

ato das trabalhadoras rurais<br />

que a fotógrafa cobre desde a primeira<br />

edição, em 2000.<br />

Segundo Cláudia Bonan, que assina<br />

os textos do livro, um olhar para os<br />

movimentos das mulheres brasileiras<br />

pode ser revelador. Segundo ela, esses<br />

movimentos “foram componentes de<br />

primeira linha nas lutas contra o regime<br />

autoritário e na restauração das liberdades<br />

democráticas. Nos anos 1990,<br />

de volta ao Estado de Direito, as mulheres<br />

seguiram inquietando a sociedade<br />

com a pergunta: qual é a democracia<br />

que queremos? Mais do que reconquistar,<br />

para as mulheres em movimentos, tratava-se<br />

de reinventar a democracia, de<br />

maneira a tornar mais inclusivas e justas<br />

as sociedades, e mais prazerosa e<br />

criativa a vida das pessoas”.<br />

Para a fotógrafa, o maior desafio<br />

atual para as mulheres é consolidar e<br />

ampliar os espaços ocupados, além de<br />

não ser “estrangeiro nessa terra de homens”.<br />

“<strong>Elas</strong> sempre foram peças fundamentais<br />

para os movimentos sociais,<br />

onde o protagonismo d<strong>elas</strong> é muito<br />

grande. Mas nossa sociedade foi desenvolvida<br />

para os homens serem protagonistas.<br />

Há milênios convivemos<br />

com isso, e as mulheres precisam brigar<br />

neste espaço para dividir o protagonismo.<br />

Mas não queremos ser iguais<br />

aos homens. Queremos um mundo<br />

onde caibam as mulheres com suas especificidades”.ø<br />

Fotos: Cláudia Ferreira<br />

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