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Revista Elas por elas 2014

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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EDUCAÇÃO | <strong>por</strong> Débora Junqueira | fotos: Mark Florest<br />

Creche:<br />

direito das crianças<br />

e das mães<br />

Universalizar a educação infantil é crucial<br />

para a superação dos conflitos de gênero<br />

no mercado de trabalho<br />

A catadora de materiais recicláveis<br />

Sílvia Paixão, mãe de seis filhos, sabe<br />

bem o que representa para uma mulher<br />

não ter com quem deixar os filhos para<br />

poder trabalhar. Filha de catadora, ela<br />

define a atividade como uma tradição<br />

da família. Sua filha mais velha, que<br />

aos 23 anos é mãe de cinco crianças,<br />

segue o mesmo destino.<br />

O filho caçula de Sílvia, de seis<br />

anos, concluiu a etapa infantil numa<br />

Umei (Unidade Municipal de Educação<br />

Infantil da Prefeitura de Belo Horizonte),<br />

mas os filhos mais velhos foram criados<br />

dentro do galpão da cooperativa de catadores<br />

de papel Asmare, na capital.<br />

“Eu preparava a mamadeira<br />

no meio da rua e dava o<br />

leite para as crianças, sentada<br />

ali mesmo na calçada.<br />

Sempre levava meus filhos<br />

comigo, pois não tinha com<br />

quem deixá-los”, conta Sílvia.<br />

Por estar numa situação de vulnerabilidade<br />

social, ela teve prioridade<br />

para conseguir vaga para os filhos mais<br />

novos em creches municipais. “Sempre<br />

falo que para arrumar uma vaga nas<br />

creches, em Belo Horizonte, a mulher<br />

tem que se inscrever grávida, mas tive<br />

a sorte de ter orientação e pedi ajuda<br />

no conselho tutelar para conseguir vaga<br />

na Umei”, diz. Segundo ela, muitas<br />

mães precisaram acionar a Justiça para<br />

conseguir uma vaga na educação infantil<br />

pública. “Hoje o meu filho mais novo<br />

já está na escola, mas passei <strong>por</strong> muito<br />

sofrimento para conciliar o trabalho e<br />

o cuidado com as crianças. A gente<br />

sabe que é im<strong>por</strong>tante que os filhos tenham<br />

uma boa educação para, quem<br />

sabe, encontrar um trabalho mais<br />

digno”, conclui.<br />

O Anuário de Mulheres Brasileiras,<br />

publicado em 2011, revelou que a falta<br />

de escolas infantis é a dificuldade mais<br />

sentida p<strong>elas</strong> brasileiras para se manterem<br />

em seus empregos. Sem dúvida, a falta<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - março <strong>2014</strong> 63

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