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Revista Elas por elas 2014

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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abraçar essa causa. Isso faz toda a diferença.<br />

Gosto da campanha ‘Homem<br />

de verdade não bate em mulher, encabeçada<br />

pelo ator Cauã Reimond. Vários<br />

homens seguiram o exemplo e postaram<br />

fotos no facebook e no instagram com<br />

a mesma frase”.<br />

Na sua avaliação, o grande desafio<br />

da Justiça é passar confiança para a vítima,<br />

para que ela se sinta acolhida e<br />

não desista de punir o autor da sua<br />

agressão. “Ainda que ela decida continuar<br />

a viver com ele sob o mesmo<br />

teto. Quanto a isso, nós não temos<br />

como impedir. Mas quanto à aplicação<br />

da lei, nós podemos e devemos agir<br />

com o maior rigor possível e todos<br />

devem fazer sua parte. Não pode haver<br />

furo da rede. Se a mulher consegue<br />

levar os fatos à autoridade ou a um<br />

centro de referência da mulher, ou a<br />

um posto de saúde, mas o seu caso<br />

não vai adiante <strong>por</strong>que um dos atores<br />

envolvidos não está preparado para o<br />

recebimento dessa denúncia, ela vai<br />

perder a credibilidade na Justiça e ficar<br />

com a sensação de que a impunidade<br />

impera. Este sentimento de frustração<br />

pode levá-la a pensar que não vale a<br />

pena correr o risco em denunciar. Ou<br />

seja, é preciso que haja um trabalho<br />

concatenado e contínuo entre os órgãos<br />

da Justiça envolvidos na prevenção,<br />

proteção e repressão da violência contra<br />

a mulher”, avalia.<br />

A promotora acrescenta ainda que<br />

todos e todas que se predispõem a trabalhar<br />

com a Lei Maria da Penha precisam<br />

ter a sensibilidade em atender e<br />

entender a vítima sem julgá-la, sabendo<br />

que cada uma d<strong>elas</strong> tem a sua história,<br />

seu momento, seu tempo. “É preciso<br />

respeitar cada mulher, independente da<br />

sua profissão, raça, cor, religião, cultura,<br />

roupa que está usando, idade. É preciso<br />

empoderar essa mulher e deixá-la escolher<br />

o seu caminho, colocando à sua disposição<br />

todos os direitos previstos na Constituição.<br />

Essa é a verdadeira igualdade:<br />

respeitá-la e protegê-la como ela é”,<br />

afirma Maria Gabriela (foto), ao ressaltar<br />

que é preciso estar preparada técnica e<br />

emocionalmente para trabalhar com essa<br />

Lei, <strong>por</strong>que dá muito trabalho. “Vai<br />

muito além de um processo, de uma<br />

condenação, de uma pena a ser aplicada.<br />

Mas é dos trabalhos mais gratificantes,<br />

<strong>por</strong>que você, de fato, salva não só uma<br />

vida, como uma família inteira e, consequentemente,<br />

uma sociedade. É preciso<br />

amar o que faz e, acima de tudo, acreditar<br />

na Justiça. Eu acredito”, diz.<br />

Dudu de Oliveira<br />

Recuperação<br />

passa <strong>por</strong><br />

autoconhecimento<br />

Se o com<strong>por</strong>tamento violento de<br />

alguns homens é reflexo de uma<br />

construção social baseada em valores<br />

machistas, é possível desconstruir<br />

esse com<strong>por</strong>tamento <strong>por</strong> meio de<br />

um aprofundamento e de uma reflexão<br />

sobre o que é ser homem na sociedade.<br />

Esse é o caminho proposto<br />

pelo Grupo Reflexivo de Homens<br />

Autores de Violência Contra a Mulher<br />

do Coletivo Feminino, de São Paulo,<br />

que atende homens indiciados pela<br />

Justiça.<br />

De acordo com o coordenador<br />

do Programa de Responsabilização<br />

para Homens Autores de Violência<br />

Contra Mulheres, do Coletivo Feminista<br />

Sexualidade e Saúde, Sérgio<br />

Flávio Barbosa (foto à direita), o que<br />

estimula a mudança de com<strong>por</strong>tamento<br />

é a participação de outros homens<br />

que passam ou já passaram<br />

pelo grupo. “Ao se sentar na roda de<br />

conversa com outros homens que<br />

estão em estágio avançado de discussão,<br />

os novatos começam perceber<br />

que há uma solução. Nosso modelo<br />

de atuação está baseado na responsabilização<br />

dos atos praticados. Com<br />

isso, os participantes são obrigados<br />

a tomar uma decisão, sobre si, sobre<br />

seu relacionamento e sobre sua visão<br />

de mundo”, explica.<br />

O trabalho com homens autores<br />

de atos violentos é realizado pelo<br />

Coletivo mesmo antes da Lei Maria<br />

da Penha, quando os homens que<br />

cometiam violência contra a mulher<br />

eram obrigados a pagar cesta básica,<br />

multa, fazer trabalho comunitário ou<br />

serviço voluntário. “Era aplicada a<br />

Lei 9.099/95 para esses casos como<br />

uma violência menor. Entendíamos<br />

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