12.09.2017 Views

Revista Elas por elas 2014

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A luta pela<br />

liberdade de<br />

um povo<br />

Comunidades remanescentes de Quilombos querem<br />

reconhecimento e direitos sociais<br />

QUILOMBOLAS<br />

<strong>por</strong> Saulo Esllen Martins<br />

fotos: Mark Florest<br />

Cercada <strong>por</strong> cachoeiras, fazendas,<br />

pousadas e condomínios de luxo, a comunidade<br />

quilombola do Açude está situada<br />

na Serra do Cipó, a pouco mais<br />

de 100 km de Belo Horizonte. São algumas<br />

dezenas de casas ao pé da serra.<br />

O clima alegre do lugar não remonta<br />

ao sofrimento dos escravos libertos que<br />

ali viveram. Os costumes ainda são<br />

bem tradicionais. Fogão a lenha, banhos<br />

de rio e crianças brincando no quintal.<br />

Ao lado do vilarejo encontra-se a<br />

fazenda Cipó Velho, onde os negros<br />

foram o braço forte da mão de obra<br />

nos séculos passados. O casario dos<br />

senhores e a senzala onde moraram<br />

mais de 60 escravos ainda estão preservados<br />

e, hoje, funcionam como pousada<br />

e museu.<br />

Sob a batuta de Dona Mercês e ao<br />

som do tambor de herança africana, as<br />

mulheres dali ficaram famosas <strong>por</strong> participarem<br />

de composições dos músicos<br />

Maurício Tizumba e Marina Machado<br />

e pela tradicional festa do Candombe,<br />

realizada em homenagem a Nossa Senhora<br />

do Rosário. Mas a simplicidade<br />

continua a ser característica do lugar.<br />

Os moradores do Açude são conhecidos<br />

pela tradição musical e pela oralidade<br />

na transmissão da cultura e da história.<br />

“O Açude é de escutar e passar pra<br />

frente, sentar e contar histórias”, diz<br />

Shirlene Sabino.<br />

Shirlene nasceu e cresceu no lugarejo<br />

e relembra com saudosismo como a<br />

mãe e as tias resgataram a identidade<br />

da comunidade. “Eram quatro mulheres,<br />

a minha mãe (Dona Geralda), Tia<br />

Mercês, Tia Vilma e Dindinha Lena.<br />

<strong>Elas</strong> enfrentaram os fazendeiros da região.<br />

Batalharam pelo nosso reconhecimento<br />

como povo quilombola. Caminharam<br />

à frente e lideraram a comunidade<br />

durante toda a vida. Hoje,<br />

nós, que somos mais jovens, tentamos<br />

pegar esse cajado e continuar no caminho<br />

que traçaram”, frisa. Graças ao<br />

empenho dessas mulheres, o povo do<br />

Açude conquistou o documento da terra<br />

e o certificado de comunidade remanescente<br />

de quilombolas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - março <strong>2014</strong> 39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!