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Revista Elas por elas 2014

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Equipe Oficina da Ciranda<br />

quado e, no terceiro momento, o que<br />

varia de família para família, é construir<br />

seus próprios caminhos. E esse foi o<br />

meu objetivo. Me incomodava a falta<br />

de recursos disponíveis no mercado.<br />

Quando eu a levava a consultórios, na<br />

sala de espera falava sobre isso com<br />

outras mães. As cadeiras eram feitas<br />

<strong>por</strong> fisioterapeutas ou engenheiros com<br />

conotação de deficiente e eu queria<br />

algo com conotação de eficiente e, sobretudo,<br />

com cara de criança. Quando<br />

se espera um filho, ninguém vai na região<br />

hospitalar da cidade fazer compras.<br />

E todo objeto para criança com alguma<br />

deficiência você precisa ir lá, onde<br />

tem coisas de hospital. Mas seu filho<br />

não é doente. O que ele tem não é<br />

uma doença no sentido de progressiva,<br />

que vai para a morte, como tudo,<br />

nestas lojas, demonstra ser. Isso me indignava”,<br />

ressalta.<br />

Nasce Noisinho da Silva<br />

Érika visualizava algo novo, intuitivamente,<br />

mesmo sem saber ainda o<br />

que fazer. Tudo ficou claro só a partir<br />

do congresso que participou no Canadá,<br />

em 2003, onde o governo chamou arquitetos,<br />

decoradores, designers gráficos<br />

e industriais para promoverem uma sociedade<br />

mais justa e inclusiva até 2015.<br />

“Achei aquilo impressionante. Conheci<br />

o conceito de design universal, para<br />

todos. A gente, na hora de projetar,<br />

tem que pensar na diversidade, no<br />

magro, no gordo, no baixo, no alto,<br />

no idoso, na grávida. O objetivo é<br />

sempre procurar a utopia. Atrás dela,<br />

a gente consegue melhorar muito”, diz<br />

Érika. Então, em 2003, foi desfeita a<br />

parceria com a empresa francesa. Junto<br />

com amigos que buscavam uma proposta<br />

de design revolucionário, e com<br />

a ajuda técnica da mãe, criou no mesmo<br />

ano a organização não governamental<br />

Noisinho da Silva (www.noisinhodasilva.org).<br />

A proposta era melhorar o mundo<br />

para todas as crianças <strong>por</strong> meio do design.<br />

De acordo com Érika, o primeiro<br />

passo foi um projeto para pesquisa,<br />

em 33 escolas públicas de ensino fundamental<br />

em Belo Horizonte, com<br />

apoio da Petrobras, para saber se a<br />

inclusão acontecia, os diversos olhares<br />

sobre ela, a questão da acessibilidade<br />

arquitetônica, o com<strong>por</strong>tamento da<br />

educação, etc. Foram mais de três mil<br />

pessoas ouvidas e, a partir dos resultados<br />

da pesquisa, a ONG desenvolveu e<br />

criou a Carteira Escolar Inclusiva com<br />

design universal, para promover a entrada<br />

da criança na escola. “É a primeira<br />

carteira inclusiva no Brasil que a gente<br />

tem notícia. Um projeto que atende a<br />

todas as crianças, com ou sem deficiência.<br />

O Ministério do Desenvolvimento<br />

da Indústria e Comércio, através<br />

do Programa Brasileiro de Design,<br />

destinou uma verba que nos possibilitou<br />

o desenvolvimento industrial do produto,<br />

em série, para ser comercializado. Ele<br />

tem sido vendido para prefeituras, principalmente”,<br />

conta Érika.<br />

A Noisinho da Silva criou o projeto<br />

da Carteira Escolar Inclusiva, mas a produção<br />

ficou <strong>por</strong> conta da The Products,<br />

uma empresa social. Parte do lucro<br />

obtido com a venda dos produtos é revertida<br />

para a Noisinho da Silva, para a<br />

pesquisa e desenvolvimento de novos<br />

produtos e tecnologias sociais. Assim, o<br />

segundo produto desenvolvido pela<br />

ONG foi a cadeirinha para criança com<br />

idade entre 1 e 6 anos e que não consegue<br />

se assentar no chão, em função<br />

da sua deficiência. Com o nome de Ciranda,<br />

a cadeirinha tem sido produzida,<br />

principalmente, para atender a demanda<br />

das Umeis (Unidade Municipal de Educação<br />

Infantil), mas também é vendida<br />

em lojas e, como comemora Érika,<br />

assinada <strong>por</strong> designer e não <strong>por</strong> profis-<br />

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