Revista Elas por elas 2014
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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um novo arranjo político que permita o<br />
desenvolvimento de uma nova perspectiva<br />
para o exercício do poder.<br />
Todo esse debate baseia-se na percepção<br />
de que mudanças efetivas vêm<br />
ocorrendo na vida das mulheres nos últimos<br />
30 anos e, para que se possa<br />
avançar, faz-se necessário repensar estratégias<br />
e vias pela real emancipação<br />
de todas as mulheres (somos muitas e<br />
somos diferentes!!!). Há consenso de<br />
que na sociedade contem<strong>por</strong>ânea o ingresso<br />
das mulheres no mercado de<br />
trabalho e o maior acesso à escolaridade<br />
foram aspectos decisivos para redefinir<br />
seu lugar na sociedade e na família,<br />
entretanto, a persistência de desigualdades<br />
e assimetrias de gênero nas<br />
formas de organização da vida familiar,<br />
sobretudo em relação à distribuição das<br />
tarefas domésticas, envolvimento e responsabilidades<br />
com os cuidados interpessoais<br />
dos seus membros e ainda a<br />
tomada de decisões, como também o<br />
acesso aos espaços de poder, demonstram<br />
que as estratégias da luta feminista<br />
precisam traçar um novo percurso<br />
tático, capaz de envolver a sociedade<br />
como um todo.<br />
As sociedades latino-americanas não<br />
se democratizarão se não for desencadeado<br />
um processo pela democracia<br />
de gênero, banalizada no mundo privado,<br />
no tarefismo cotidiano instaurado<br />
pela economia do cuidado, negando às<br />
mulheres o direito de estabelecer, no<br />
dia a dia, relações iguais de poder, na<br />
perspectiva de democratizar os múltiplos<br />
espaços e ambientes. A derrocada do<br />
patriarcado só se dará quando se der a<br />
transformação da outra metade do<br />
mundo.<br />
Esse conjunto de reflexões é estratégico<br />
quando nos deparamos com articulações<br />
<strong>por</strong> parte do Estado a fim de<br />
distorcer os avanços da luta feminista<br />
desencadeados em todo mundo, ao<br />
ressignificar padrões e códigos conservadores<br />
que se adaptam e se deslocam<br />
de acordo com os interesses hegemônicos,<br />
com o propósito de anestesiar<br />
ou mesmo anular as transformações<br />
sociais em curso.<br />
Estudos diversos vêm desenvolvendo,<br />
há algum tempo, reflexões teóricas<br />
acerca do papel do Estado na constituição<br />
de identidades masculinas e femininas<br />
– com base nas ações estatais<br />
e políticas públicas em curso – e revelam<br />
como essas ações interferem no modo<br />
como são produzidas e reproduzidas<br />
as relações de gênero, de modo a conservar<br />
ou romper com padrões que<br />
operam pela naturalização da subordinação<br />
das mulheres.<br />
EBC<br />
Por essa razão, recorro também ao<br />
conceito de “State Feminism”, que integra<br />
a dinâmica feminista desencadeada<br />
na América Latina nos últimos<br />
anos, <strong>por</strong> referir-se a um novo processo<br />
de institucionalização e legitimação<br />
da desigualdade de gênero como<br />
uma nova problemática na sociedade e<br />
no Estado, que precisa ser combatida e<br />
superada, conforme os termos de Guzmán<br />
(2001). Encontramos sua origem<br />
nos estudos feministas sobre o Estado<br />
do Bem-Estar Social na década de<br />
1980, embora, ainda hoje, seu significado<br />
seja variado e não livre de controvérsias.<br />
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