geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
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Cabe à escola reconhecer que um dia ela foi a <strong>de</strong>tentora 228 do conhecimento. Hoje com as<br />
estruturas dos saberes abalados, uma característica contemporânea, novas <strong>de</strong>mandas são<br />
atribuídas à escola e a escrita e a leitura são um <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>safios.<br />
Com relação ao uso da informática, na educação, linguagem e cognição, Carla<br />
Coscarelli afirma que a informática, fruto das evoluções tecnológicas, po<strong>de</strong> ser um recurso<br />
consi<strong>de</strong>rável para se trabalhar o <strong>de</strong>senvolvimento da aprendizagem dos estudantes. A<br />
informática propicia múltiplas possibilida<strong>de</strong>s e opções <strong>de</strong> sites que oferecem informação e<br />
entretenimento que po<strong>de</strong>m ser explorados nas tarefas escolares 229 . Portanto, nada impe<strong>de</strong> o<br />
uso da informática nas salas <strong>de</strong> aulas como uma ferramenta para a construção dos saberes.<br />
Depois <strong>de</strong> realizarmos esse estudo sobre as práticas <strong>de</strong> leitura/escrita ao longo da<br />
história e as atuais que envolvem virtual/digital no ciberespaço e sobre as práticas <strong>de</strong><br />
leitura/escrita nas escolas <strong>de</strong> Ensino Médio da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Formiga-MG, concluímos que a<br />
escola <strong>de</strong>ve estar atenta às mudanças <strong>de</strong> cada época e compreendê-las. Porém faz-se<br />
necessário uma postura firme e consciente <strong>de</strong> sua atribuição. Nessa direção concordamos<br />
com a afirmativa <strong>de</strong> Jean Hébrard quando afirma que, na escola, é preciso haver um objeto<br />
fixo, que não mu<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> hoje é reinventar uma escola que seja capaz<br />
<strong>de</strong> assumir uma posição adulta. O mesmo, cita que concorda com a posição <strong>de</strong> Hannah<br />
Arendt, quando ela afirma que na crise da cultura, a função da escola é assumir a posição do<br />
passado, não a posição do futuro, porque o futuro é a invenção da nova geração. Não po<strong>de</strong> ser<br />
a invenção da geração prece<strong>de</strong>nte. Para que a nova geração possa inventar o futuro é preciso<br />
que a antiga geração, nós, os professores assumamos a posição <strong>de</strong> passado 230 .<br />
Enten<strong>de</strong>mos que a escola <strong>de</strong>ve ser um referencial, um porto seguro, na qual os<br />
estudantes possam se espelhar. Jean Hébrard discorre que a ação humana não po<strong>de</strong> esperar o<br />
mo<strong>de</strong>lo. É preciso haver uma ação antes <strong>de</strong> se estar seguro <strong>de</strong> que um bom mo<strong>de</strong>lo existe 231 .<br />
Nessa direção, verificamos que a linguagem líquida, do ciberespaço está em constituição, não<br />
é normatizada, apenas convenções entre grupos. Ela possui certa plasticida<strong>de</strong>, liqui<strong>de</strong>z,<br />
leveza, porém com sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, complexida<strong>de</strong> e implicações. Suas características não estão<br />
normatizadas. Nesta direção ressaltamos a importância da escola estar atenta ao que acontece<br />
fora <strong>de</strong> seu espaço, não para trazer a rua para <strong>de</strong>ntro da escola, como citamos em Juarez<br />
228 Consi<strong>de</strong>ra-se que a escola até aqui era a <strong>de</strong>tentora do conhecimento. O fim do século XX, com as novas<br />
tecnologias, configura-se com o rompimento <strong>de</strong> fronteiras e estruturas rígidas on<strong>de</strong> o ser já não mais o é. O<br />
conhecimento se <strong>de</strong>sloca <strong>de</strong> seu trânsito, <strong>de</strong> seu lugar.<br />
229 Ver COSCARELLI, Carla e RIBEIRO, Ana Elisa (orgs). Letramento Digital: aspectos sociais e<br />
possibilida<strong>de</strong>s pedagógicas. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2005, p. 25-40.<br />
230 HÉBRAD, Jean (2000). “O objetivo da escola é a cultura, não a vida mesma (em entrevista)”, Presença<br />
Pedagógica, vol. 6, nº 33. Belo Horizonte, Dimensão.<br />
231 Ibi<strong>de</strong>m.<br />
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