geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
às <strong>de</strong>mandas das escolas. Há pon<strong>de</strong>rações pelos professores no critério <strong>de</strong> escolha e até<br />
mesmo quanto à i<strong>de</strong>ologia que tais livros didáticos passam. A qualida<strong>de</strong> é questionável,<br />
<strong>de</strong>ixando a <strong>de</strong>sejar em muitos aspectos e, nem sempre, a escola disponibiliza <strong>de</strong> recursos para<br />
superar esse problema Para Marisa Lajolo:<br />
nenhum livro didático, por melhor que seja, po<strong>de</strong> ser utilizado sem<br />
adaptações. Como todo e qualquer livro, o didático também propicia<br />
diferentes leituras para diferentes leitores, e é em função da li<strong>de</strong>rança que<br />
tem na utilização coletiva do livro didático que o professor precisa preparar<br />
com cuidado os modos <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>le 110 .<br />
Os livros didáticos têm como função a escolarização dos estudantes. Sem eles a escola<br />
compromete seu objetivo principal que é a escolarização. Portanto, os livros didáticos têm<br />
seu papel <strong>de</strong> relevância nas escolas. Porém, verificamos que não são eles os únicos que<br />
assumem papel <strong>de</strong> escolarização. Os livros que não são didáticos possuem papéis importantes<br />
na escolarização da leitura. Magda Soares, por exemplo, discute sobre o livro didático e a<br />
escolarização da leitura. Para essa autora, o livro que é usado em sala <strong>de</strong> aula, aquele que não<br />
foi feito para a escola, que é usado fora das pare<strong>de</strong>s da escola, serve como prática social <strong>de</strong><br />
leitura e tem seu papel <strong>de</strong> escolarização. Porém ela ressalta que é necessário que esses livros<br />
sejam trabalhados <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada. Que essa escolarização não mate as características<br />
básicas da prática social <strong>de</strong> leitura 111 .<br />
Acreditamos que o uso do livro <strong>de</strong> literatura po<strong>de</strong>ria ilustrar essa realida<strong>de</strong>. A<br />
literatura tem seu papel <strong>de</strong> relevância nas práticas sociais <strong>de</strong> leitura e escrita. O uso incomum<br />
da linguagem, através da literatura, produz no leitor o prazer estético, porém,<br />
lamentavelmente, nem sempre é o que ocorre nos espaços escolares.<br />
É no livro didático que se encontra o saber sobre a língua e também é ele que se<br />
constitui em material <strong>de</strong> consulta e leitura para o professor e para o aluno no processo<br />
educacional do ensino. Já a leitura é construída pelo sujeito e, com isso, há diferentes gestos<br />
<strong>de</strong> interpretação com diferentes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura dos textos, <strong>de</strong> acordo com os códigos<br />
<strong>de</strong> domínio <strong>de</strong> cada um. Nesse contexto, o lugar ocupado pela leitura nos livros didáticos <strong>de</strong><br />
Língua Portuguesa sempre foi a inquietação dos professores. Portanto o livro didático 112 é um<br />
importante contraponto entre a escrita/leitura convencional e a escrita/leitura digital, pois é<br />
através do livro didático que as ativida<strong>de</strong>s e práticas <strong>de</strong> aprendizagem da língua são norteadas.<br />
110<br />
LAJOLO, Marisa. Livro didático: um (quase) manual <strong>de</strong> usuário. Em Aberto, Brasília, ano 16, 69, jan./mar.<br />
1996. (texto), p.8<br />
111<br />
Cf. http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/entrevistas/magda_soares.htm . Acessado em 13/10/07.<br />
112<br />
Nesse trabalho nos referimos ao livro <strong>de</strong> Língua Portuguesa.<br />
53