geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
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O códice surgiu na Antiguida<strong>de</strong>, no século I da era cristã, contendo textos escolares,<br />
relatos <strong>de</strong> viagens ou registros contábeis. Seu uso se multiplicou nos séculos II e III em<br />
conseqüência do incremento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> livros e da adoção do pergaminho que, no século<br />
IV, substituiu o papiro. Nessa época, o códice substituiu <strong>de</strong>finitivamente o rolo e adquiriu a<br />
forma característica <strong>de</strong> livro, isto é, formado por vários ca<strong>de</strong>rnos.<br />
Foi no Império Romano que se <strong>de</strong>senvolveu a indústria livreira. Os editores repartiam<br />
o papiro entre os librarii e copistas, e os textos eram ditados para eles. Depois <strong>de</strong> corrigidos<br />
por revisores, os textos eram enca<strong>de</strong>rnados. Tornou-se intenso o comércio <strong>de</strong> rolos e códices,<br />
nas chamadas tabernae librariae.<br />
Os primeiros mosteiros cristãos acolheram em sua estrutura fra<strong>de</strong>s encarregados <strong>de</strong><br />
preparar as tintas e os pergaminhos, enquanto outros, chamados scriptores, copiavam os<br />
textos na sala conhecida com scriptorium.<br />
No século XI, passou-se a marcar a continuida<strong>de</strong> dos ca<strong>de</strong>rnos escrevendo, no fim da<br />
última página, a primeira palavra do ca<strong>de</strong>rno seguinte. No século XIII, quase todos os códices<br />
eram assinalados <strong>de</strong>ssa forma, e no século XVI a prática se generalizou.<br />
A partir do século XII, quando surgiram as universida<strong>de</strong>s e o pensamento oci<strong>de</strong>ntal<br />
experimentou uma completa renovação, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> códices se multiplicou<br />
extraordinariamente e se <strong>de</strong>senvolveu uma nova indústria, que pouco <strong>de</strong>via à da época<br />
romana. As cida<strong>de</strong>s universitárias acolhiam todos os que participavam da fabricação dos<br />
livros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> copistas e enca<strong>de</strong>rnadores até comerciantes. Embora as técnicas empregadas no<br />
século XII não diferissem das antigas, os novos artesãos do livro, agora reunidos em grêmios,<br />
rivalizavam entre si na excelência <strong>de</strong> seus trabalhos e formavam escolas ligadas a alguma<br />
universida<strong>de</strong> ou país. As universida<strong>de</strong>s, por sua vez, não permitiam a circulação <strong>de</strong> cópias <strong>de</strong><br />
má qualida<strong>de</strong> em seus esforços para proteger a pureza e a exatidão dos textos. Nessa época, e<br />
antes da invenção da imprensa, os leitores podiam prover-se <strong>de</strong> livros comprando-os<br />
diretamente nos stationarii ou encomendando-os a um scriptor ou copista. Estes costumavam<br />
alugar os ca<strong>de</strong>rnos aos livreiros, com preços <strong>de</strong>terminados pela universida<strong>de</strong>. O sistema <strong>de</strong><br />
ca<strong>de</strong>rnos permitia que vários copistas trabalhassem na mesma obra simultaneamente. As<br />
universida<strong>de</strong>s também se reservavam o direito <strong>de</strong> inspecionar os exemplares em po<strong>de</strong>r dos<br />
livreiros.<br />
Além <strong>de</strong>sses livros <strong>de</strong> texto, que tinham certa difusão, no fim da Ida<strong>de</strong> Média as<br />
igrejas e os gran<strong>de</strong>s magnatas costumavam encomendar a confecção <strong>de</strong> luxuosos códices <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> valor artístico. Esses livros já não eram realizados por copistas, mas por calígrafos e<br />
ilustradores muito especializados.<br />
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