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geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG

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função <strong>de</strong> preservação das formas sucessivas da cultura escrita tem, também, um futuro<br />

necessário 65 .<br />

1.3 Virtual/digital e o mundo contemporâneo<br />

No mundo contemporâneo, as palavras, virtual e digital estão em evidência. Digital é<br />

uma palavra usada geralmente em computador e em eletrônica, especialmente on<strong>de</strong> a<br />

informação real da palavra é convertida ao formulário numérico binário, como na fotografia e<br />

áudio. A palavra digital <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> dígito, que por sua vez proce<strong>de</strong> do latim digitus,<br />

significando <strong>de</strong>do. É o sistema on<strong>de</strong> o sinal não tem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> variar. É a informação<br />

processada <strong>de</strong> forma binária através <strong>de</strong> bits (dígitos binários).<br />

Já a palavra virtual, <strong>de</strong> acordo com Pierre Lévy, vem do latim medieval virtualis,<br />

<strong>de</strong>rivado por sua vez <strong>de</strong> vertus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe<br />

em potência e não em ato. O virtual ten<strong>de</strong> a atualizar-se, sem ter passado, no entanto à<br />

concretização efetiva ou formal 66 . Ao <strong>de</strong>finir o que é virtual, há que se pisar em território<br />

<strong>de</strong>sconhecido, <strong>de</strong>sterritorizado 67 , isto é, sem fronteiras e sem proprietários únicos. É um<br />

território <strong>de</strong>nso, porém invisível, que às vezes extrapola a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação.<br />

Observamos que a palavra virtual hoje está na mídia, <strong>de</strong>notando uma terminologia<br />

contemporânea, como se pertencesse ao mundo da Internet, porém, <strong>de</strong> acordo com a<br />

<strong>de</strong>finição, não é o que se <strong>de</strong>nota, isto é, não é um neologismo e nem algo recente, que só faz<br />

parte do mundo digital e contemporâneo, ou algo que pertence à Internet. Verificamos, na<br />

afirmação <strong>de</strong> Pierre Lévy, que a virtualização não é um fenômeno recente. A espécie humana<br />

se constitui na e pela virtualização 68 . Aristóteles, nos estudos sobre a potência, o ato e o<br />

movimento, afirma que: ser não é apenas o que já existe, em ato; ser é, também, o que po<strong>de</strong><br />

ser a virtualida<strong>de</strong>, a potência 69 . Ainda em Pierre Lévy, virtual em termos filosóficos, não se<br />

opõe ao real, mas ao atual. Virtualida<strong>de</strong> e atualida<strong>de</strong> são apenas duas maneiras <strong>de</strong> ser<br />

diferente 70 . O mesmo autor <strong>de</strong>fine que há quatro modos <strong>de</strong> ser: possível, real, atual e virtual<br />

65<br />

CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador: São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 153.<br />

66<br />

LÉVY, Pierre. O que é virtual. 6ª ed. São Paulo - SP: Editora 34, 2003, p.15.<br />

67<br />

Cf. “O EFEITO MOEBIUS”. LÉVY, Pierre. O que é virtual. 6ª ed. São Paulo - SP: Editora 34, 2003, p. 24-<br />

25.<br />

68<br />

LÉVY, Pierre. O que é virtual. 6ª ed. São Paulo - SP: Editora 34, 2003, p.135.<br />

69<br />

ARISTÓTELES, Vida e obra. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda. Coleção os pensadores, 1999, p. 23-25.<br />

70<br />

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo - SP: Editora 34, 1999, p. 47.<br />

35

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