geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
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políticas, intelectuais <strong>de</strong> diversas procedências. Essas discussões estão vinculadas também à<br />
sua importância econômica para um vasto setor ligado à produção <strong>de</strong> livros e também ao<br />
papel do Estado como agente <strong>de</strong> controle e consumidor <strong>de</strong>ssa produção. As escolas públicas<br />
brasileiras contam com o Programa Nacional <strong>de</strong> Livro Didático (PNLD) 107 e com as políticas<br />
educacionais <strong>de</strong> cada estado. Constatamos que esse programa vem sendo ampliado nos<br />
últimos anos. Isso não é diferente nas escolas estaduais e municipais da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Formiga <strong>–</strong><br />
MG.<br />
Os balanços bibliográficos mostram que houve uma tendência, iniciada na década <strong>de</strong><br />
1960, <strong>de</strong> se analisar os conteúdos dos livros escolares privilegiando a <strong>de</strong>núncia do caráter<br />
i<strong>de</strong>ológico 108 dos textos. Tal abordagem ocupava, e ainda ocupa, um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nas<br />
pesquisas nacionais e <strong>de</strong> vários outros países, cujo enfoque sobre as i<strong>de</strong>ologias subjacentes<br />
aos manuais permanece.<br />
Nos últimos anos, existem mudanças <strong>de</strong> abordagens que integram reflexões <strong>de</strong> caráter<br />
epistemológico, essenciais para a compreensão da constituição das disciplinas e saberes<br />
escolares. Paralelamente às análises sobre os conteúdos, foram acrescidas outras temáticas,<br />
notadamente as relações entre as políticas públicas e a produção didática, evi<strong>de</strong>nciando o<br />
papel do Estado.<br />
A partir dos anos 1980, muitos dos problemas relacionados ao conteúdo ou ao<br />
processo <strong>de</strong> produção e uso do livro didático por professores e alunos passaram a ser<br />
analisados em uma perspectiva histórica, constituindo-se tais análises em uma das vertentes<br />
mais importantes <strong>de</strong>sse campo <strong>de</strong> investigação. Os objetivos centrais <strong>de</strong> tais análises são o <strong>de</strong><br />
situar o processo <strong>de</strong> mudanças e permanências do livro didático tanto como objeto cultural<br />
fabricado, quanto pelo seu conteúdo e práticas pedagógicas. Sua inserção hoje, quando se<br />
introduzem, em escala crescente, novas tecnologias educacionais, chegam a colocar em xeque<br />
a própria permanência do livro como suporte preferencial <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> saberes<br />
escolares. A história do livro didático, ao se constituir em campo significativo da área,<br />
introduziu a preocupação <strong>de</strong> inventariar e preservar, ao máximo possível, a produção escolar.<br />
As escolas públicas, nos últimos anos, passaram a receber o livro bancado pelo Estado,<br />
isto é, Programa do Livro na Escola 109 . Isso tem sido visto <strong>de</strong> forma positiva, uma vez que<br />
todos os alunos passaram a ter acesso ao livro didático. Porém, esse programa não aten<strong>de</strong><br />
todas as disciplinas e por outro lado, o livro doado muitas vezes não aten<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s a<br />
107 Para saber mais sobre esse assunto em http://www.fn<strong>de</strong>.gov.br/home/in<strong>de</strong>x.jsp?arquivo=livro_didatico.html<br />
108 Cf. revista Época Nº. 492 <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007.<br />
109 Cf. sobre Programa Livro na Escola 2005 no site: http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/texto.asp?id=1109<br />
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