geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
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entretenimento entre os membros e isso são <strong>de</strong>mandas principalmente entre os jovens ao se<br />
organizarem em grupos ou bandos, como ouvimos informalmente. Nesse aspecto verificamos<br />
em Juarez Dayrell, quando afirma que os espaços que propiciam formas <strong>de</strong> agrupamento são<br />
raros, há um enorme vazio por parte do estado em oferecer políticas públicas, especialmente<br />
<strong>de</strong>stinadas aos jovens, que propiciem formas <strong>de</strong> agrupamento. As relações mais significativas<br />
são gestadas fora da escola e da família, as tradicionais instituições socializadoras. Para este<br />
autor, as práticas que ocorrem fora da instituição escolar <strong>de</strong>vem chamar a atenção dos<br />
educadores, não para trazer a rua para o interior da escola, mas é preciso perguntar sobre o<br />
tipo <strong>de</strong> experiência cultural que a escola oferece no âmbito da sociabilida<strong>de</strong> juvenil, se<br />
quisermos transformar a ação educativa da escola 103 .<br />
Pontuamos essa questão porque consi<strong>de</strong>ramos que as práticas <strong>de</strong> leitura e escrita<br />
interativa no ciberespaço transcen<strong>de</strong>m suas funções <strong>de</strong> simples práticas <strong>de</strong> leitura e escrita.<br />
Elas envolvem organização entre pessoas, grupos, num espaço virtual, <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> que<br />
po<strong>de</strong>riam contribuir com a sociabilida<strong>de</strong> e intercâmbio cultural e outros aspectos inerentes a<br />
essa realida<strong>de</strong>. Essas práticas <strong>de</strong> leitura e escrita, que acontecem fora dos espaços escolares<br />
po<strong>de</strong>m ser elemento <strong>de</strong> atenção da escola em diversos aspectos, não só sobre a questão<br />
ortográfica, mas nas questões sócio-educativas, e culturais.<br />
De acordo com as orientações curriculares 104 , o currículo da disciplina <strong>de</strong>ve ser<br />
composto dos conteúdos consi<strong>de</strong>rados essenciais à vida em socieda<strong>de</strong>, especialmente aqueles<br />
cuja aprendizagem exige intervenção e mediação sistemáticas da escola: a leitura e a escrita.<br />
Não basta que o aluno seja capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificar e codificar textos escritos. É preciso que ele<br />
reconheça a leitura e a escrita como ativida<strong>de</strong>s interativas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentido e que<br />
coloque em jogo diferentes fatores, como a situação comunicativa. O horizonte social dos<br />
interlocutores, o objetivo <strong>de</strong> interlocução, as imagens que os interlocutores fazem um do<br />
outro, os usos e práticas <strong>de</strong> linguagem. Que atinja, também, um nível <strong>de</strong> letramento que o<br />
capacite a compreen<strong>de</strong>r e produzir, com autonomia, diferentes gêneros <strong>de</strong> textos, com<br />
distintos objetivos e motivações e que tenha acesso aos usos literários da língua e a obras <strong>de</strong><br />
autores representativos da literatura brasileira.<br />
Só se compreen<strong>de</strong> as regras do jogo discursivo quando observamos a língua viva, em<br />
funcionamento na comunicação. E isso se dá por meio <strong>de</strong> discursos e <strong>de</strong> suas manifestações<br />
103<br />
DAYRELL, Juarez. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1996, p. 100-<br />
102.<br />
104<br />
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Proposta curricular <strong>de</strong> português.<br />
Educação Básica. Ensino Médio, 2005, p. 10.<br />
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