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geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG

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sentido para a alfabetização e letramento na cibercultura 124 e o lugar que ocupam nos espaços<br />

educacionais.<br />

Através da escrita digital é possível criar textos e conectá-los através <strong>de</strong> links <strong>de</strong> uma<br />

forma prática. Isso acabou tornando-se a característica fundamental <strong>de</strong> um texto publicado na<br />

re<strong>de</strong>. Toda essa flexibilida<strong>de</strong> trouxe novas possibilida<strong>de</strong>s. O escritor ou leitor po<strong>de</strong> recortar,<br />

copiar, editar, mover, inserir, exibir, <strong>de</strong>letar, formatar, configurar, <strong>de</strong>sfazer, refazer, enfim,<br />

tudo o que antes era muito limitado no papel, transformou-se em muitas possibilida<strong>de</strong>s para se<br />

editar um texto. Além do mais, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserir imagens, sons, ví<strong>de</strong>o etc.<br />

Não somente po<strong>de</strong>mos inserir links <strong>de</strong> uma página em outra, mas também po<strong>de</strong>mos<br />

estabelecer conexões entre os mais diversos tipos <strong>de</strong> conteúdos audiovisuais. O hipertexto<br />

surgiu para tornar possível a navegação pelos websites como conhecemos hoje, pois, sem ele,<br />

não seria possível ter essa hipermediação.<br />

A escrita na tela possibilita a criação <strong>de</strong> um texto diferente do texto no papel, o<br />

chamado hipertexto que é, segundo Pierre Lévy, um texto móvel, caleidoscópio, que<br />

apresenta suas facetas, gira, dobra-se e <strong>de</strong>sdobra-se à vonta<strong>de</strong> frente ao leitor 125 . O texto<br />

escrito no papel é lido, em tese, linearmente, seqüencialmente, da esquerda para a direita, <strong>de</strong><br />

cima para baixo, uma página após a outra. O texto na tela, ou seja, o hipertexto é escrito e lido<br />

<strong>de</strong> forma multilinear, multiseqüencial, acionando-se links ou nós que vão trazendo telas numa<br />

multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s, sem que haja uma or<strong>de</strong>m pré-<strong>de</strong>finida. A dimensão do texto<br />

no papel é materialmente <strong>de</strong>finida. I<strong>de</strong>ntifica-se claramente seu começo e seu fim, as páginas<br />

são numeradas, o que lhes atribui uma <strong>de</strong>terminada posição numa or<strong>de</strong>m consecutiva; a<br />

página é uma unida<strong>de</strong> estrutural. O hipertexto, ao contrário, tem a dimensão que o leitor lhe<br />

<strong>de</strong>r. Seu começo é ali on<strong>de</strong> o leitor escolhe, com um clique, a primeira tela, termina quando o<br />

leitor fecha, com um clique, uma tela, ao dar-se por satisfeito ou consi<strong>de</strong>rar-se<br />

suficientemente informado. Enquanto a página é uma unida<strong>de</strong> estrutural, a tela é uma unida<strong>de</strong><br />

temporal.<br />

Em outro aspecto, analisamos a escrita <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong> seu suporte <strong>de</strong> edição, (papel<br />

ou tela). Verificamos que construir um texto, significa or<strong>de</strong>nar caracteres <strong>de</strong> forma inteligível<br />

e esse produto <strong>de</strong>manda um leitor letrado, capacitado para interpretar os caracteres e construir<br />

sentido e significados sobre os caracteres or<strong>de</strong>nados. De acordo com Roger Chartier, a<br />

124 Cibercultura é um termo criado por William Gibson, em 1984, que já previa um tipo <strong>de</strong> comunicação global,<br />

num espaço não-físico entre os seres humanos. Cf. mais sobre esse assunto em: FERNANDES, Fábio. A<br />

construção do imaginário cyber: William Gibson, criador da cibercultura. São Paulo: Editora Anhembi<br />

Morumbi, 2006.<br />

125 LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo - SP: Editora 34, 1999, p. 56,<br />

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