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geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG

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fixas) e sons, que possibilitam uma leitura não necessariamente linear, à medida que existe a<br />

rolagem do texto (page up and page down), clique do mouse nos ícones. O mesmo põe em<br />

cheque as estruturas fixas, rompendo com a concepção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> começo e fim. Seu<br />

objetivo não é só a escrita, mas também a interação. Para Lévy o hipertexto é um conjunto <strong>de</strong><br />

nós ligados por conexões que po<strong>de</strong>m ser palavras, páginas, imagens, gráficos, seqüências<br />

sonoras, documentos complexos que po<strong>de</strong>m eles mesmos ser hipertexto 138 . Arlindo Machado<br />

discorre que a informática possibilita unir em um único meio todos os suportes do texto 139 ,<br />

isto é, o texto escrito, o texto oral, a imagem fixa e em movimento, os sons ou ruídos, gestos,<br />

toques, construindo uma modalida<strong>de</strong> discursiva única.<br />

Casalegno, ao tratar sobre a leitura <strong>de</strong> um hipertexto, afirma que:<br />

ler, no caso do hipertexto, não significa ser consumidor passivo, mas<br />

produtor. O hipertexto exige e cria um leitor ativo. Além disso, um sistema<br />

hipertextual possibilita a quem escreve coletar informações, realizar<br />

percursos específicos em blocos <strong>de</strong> textos interligados, copiar e fazer<br />

anotações em textos consultados, fornecendo aos <strong>de</strong>mais leitores<br />

informações complementares 140 .<br />

Compreen<strong>de</strong>mos aqui que os leitores <strong>de</strong> hipertexto não são leitores passivos. Ao lerem<br />

ou produzirem seus hipertextos, assumem o papel <strong>de</strong> leitores, autores ativos e interativos.<br />

Pressupõe-se que o leitor <strong>de</strong> texto impresso seja um leitor passivo, porém não é isso que<br />

ocorre. Como po<strong>de</strong>mos conferir em Michel <strong>de</strong> Certeau, o texto só tem sentido graças a seus<br />

leitores; muda com eles, or<strong>de</strong>na-se conforme códigos <strong>de</strong> percepção que lhe escapam 141 . Para<br />

esse autor, ler é peregrinar por um sistema imposto, o leitor é o produtor <strong>de</strong> jardins que<br />

miniaturizam e congregam um mundo 142 . O leitor se <strong>de</strong>sterritorializa, é viajante que circula<br />

em terras alheias, nôma<strong>de</strong>, sem lugar, <strong>de</strong>sperta e habita textos adormecidos, misturando,<br />

associando, porém nunca sendo o seu proprietário. A circulação do texto hoje encontra um<br />

suporte po<strong>de</strong>roso no texto eletrônico, algo que até então só era permitido pela comunicação<br />

manuscrita afirma, Roger Chartier 143 .<br />

138 LÉVY, Pierre. O que é virtual. 6ª ed. São Paulo - SP: Editora 34, 2003, p. 44.<br />

139 MACHADO, Arlindo. O quarto iconoclasmo: e outros ensaios hereges. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rios Ambiciosos,<br />

2001, p. 108.<br />

140 CASALEGNO, Fe<strong>de</strong>rico. Hiperliteratura, socieda<strong>de</strong>s hipertextuais. In MARTINS, Francisco Menezes &<br />

SILVA, Juremir Machado da. (orgs). Para navegar no século XXI. Porto Alegre: Sulina/Edipucrs, 2003, p. 275.<br />

141 CERTEAU, Michel <strong>de</strong>. A invenção do cotidiano. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. 2000, p. 266.<br />

142 Ibi<strong>de</strong>m, p. 269.<br />

143 CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador: São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 134.<br />

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