geralda maria maia cordeiro de azevedo ... - FUNEDI – UEMG
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Isso po<strong>de</strong>ria ser um fato que preocupa os educadores ao consi<strong>de</strong>rar a memória da escrita que<br />
muitas vezes se apresenta diferente da escrita padrão.<br />
Veja o exemplo seguinte (FIG. 1), uma mensagem tirada <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>ntificador 152 do<br />
MSN Messenger <strong>de</strong> um jovem <strong>de</strong> quinze anos, estudante do primeiro ano do Ensino Médio:<br />
FIGURA 1<br />
Não se sabe até que ponto essa escrita po<strong>de</strong> ou não comprometer a escrita<br />
convencional dos estudantes, uma vez que, além da escrita fora dos padrões convencionais, é<br />
lida várias vezes por diversos usuários. A troca do g pelo j po<strong>de</strong>ria implicar <strong>de</strong>sconhecimento<br />
da grafia? Além da troca <strong>de</strong> letra, observa-se a marca <strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>. Isso po<strong>de</strong>ria ser<br />
caracterizado como uma ousadia ao quebrar regras? Surgem questionamentos em relação ao<br />
uso e a suas conseqüências entre os educadores. Retomamos a teoria <strong>de</strong> Michel <strong>de</strong> Certeau,<br />
quando ele afirma que a linguagem, agora, <strong>de</strong>ve ser fabricada, escrita, que ontem privilegiava<br />
o burguês, hoje o tecnocrata 153 , isso seria um fato que relaciona com a i<strong>de</strong>ologia dominante na<br />
contemporaneida<strong>de</strong>. Seria a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> líquida em evidência na linguagem, na<br />
comunicação, ou seja, o rompimento das estruturas rígidas também da escrita? Ou um <strong>de</strong>safio<br />
para os educadores, principalmente aqueles que trabalham diretamente com a língua padrão?<br />
O texto seguinte trata <strong>de</strong> uma conversa 154 entre dois adolescentes no MSN Messenger .<br />
Apresentamos algumas observações <strong>de</strong>ntre vários aspectos que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacados.<br />
152 Nesse exemplo, retiramos o nome do usuário por se tratar <strong>de</strong> nome real e também pelo fato do MSN<br />
Messenger ser um programa do ciberespaço <strong>de</strong> uso público, porém <strong>de</strong> conversa particular, <strong>de</strong>sta forma<br />
preservando a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do usuário.<br />
153 CERTEAU, Michel <strong>de</strong>. A invenção do cotidiano. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. 2000, p. 227-230.<br />
154 Conversa realizada em Dez/06 entre adolescentes <strong>de</strong> 14 e 15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />
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