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CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

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303.2. No país escravocrata, dança e luta por liberda<strong>de</strong>A capoeiragem surgiu no Brasil em um período no qual predominava umestado <strong>de</strong> dominação, ou melhor, <strong>de</strong> dominação-escravidão. De acordo comFoucault (2004), os estados <strong>de</strong> dominação acontecem em circunstâncias nas quaisas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se encontram cristalizadas, com poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>reversão, com mecanismos disciplinares rígidos e coercitivos, ou seja, “(...) quandoum indivíduo ou um grupo social chega a bloquear um campo <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,a torná-las imóveis e fixas e a impedir qualquer reversibilida<strong>de</strong> do movimento (...)”(FOUCAULT, 2004, p.266).A partir das elaborações <strong>de</strong> Domingues e Fiusa (1996), <strong>de</strong>stacamos o estado<strong>de</strong> dominação estabelecido no contexto brasileiro, mediante a relaçãocolonizado/colonizador. O Brasil era uma colônia <strong>de</strong> exploração sob o mo<strong>de</strong>lomercantilista. Conforme Bosi (1998), esse ímpeto mercantil e predatório é o queconstituiu, em termos <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> riquezas, a aceleração econômica damatriz colonizadora.A mão-<strong>de</strong>-obra escrava estabelece-se em conexão com esse mo<strong>de</strong>lo.Segundo Domingues e Fiusa (1996) a escravidão do índio era inviável, pois suacaptura e venda gerariam negócios internos. Além disso, o uso <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obraassalariada também era inconveniente, por gerar renda que não seria revertida paraa metrópole. Assim, a escravidão <strong>de</strong> negros africanos configurou-se como aestratégia mais conveniente, pois a compra <strong>de</strong> negros dos traficantes metropolitanosgerava mais uma fonte <strong>de</strong> renda para Portugal, que controlou o tráfico negreiro<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XV. Autores apontam que, até o final do século XVIII, o Brasil haviarecebido cerca <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> negros africanos.Nesse cenário, a diferença <strong>de</strong> cor torna-se “o sinal mais ostensivo da<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> que reina entre os homens; e, na estrutura colonial escravista, ela éum traço inerente à separação dos estratos e das funções sociais” (BOSI, 1998,p.106). Até o século XVII, a socieda<strong>de</strong> brasileira apresentava uma estrutura socialimóvel e estratificada. Havia basicamente dois grupos isolados: <strong>de</strong> um lado, oscolonos latifundiários; <strong>de</strong> outro, a gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> negros escravos (DOMINGUES;FIUSA, 1996).

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